Nesta quinta-feira (25), a justiça da Itália anunciou a abertura de um inquérito para investigar o espancamento de uma mulher trans brasileira por policiais municipais em Milão. Testemunhas filmaram o ocorrido e as imagens foram compartilhadas nas redes sociais. O vídeo exibe quatro agentes (três homens e uma mulher) agredindo a vítima com cassetetes e utilizando gás lacrimogêneo. A mulher é vista no chão, com as mãos levantadas, antes de ser algemada e conduzida à delegacia.
A polícia afirma que a mulher foi detida depois que pais de alunos ligaram para as autoridades, queixando-se de sua presença na entrada de uma escola. Segundo os pais, a brasileira estaria se expondo nas proximidades do estabelecimento escolar.
Informações da imprensa italiana apontam que a mulher, chamada Bruna, é de Fortaleza e reside em Milão há 29 anos. Em entrevista ao Corriere della Sera, Bruna negou as alegações da polícia. "Não me despi e não perturbei nenhuma criança. Não havia crianças no local", afirmou. Ela acrescentou que estava nervosa por discutir com cinco peruanos embriagados que a insultavam.
Durante a condução à delegacia, Bruna teria dito que se sentia mal e, ao perceber que os policiais abriram a porta do carro, tentou fugir. Os agentes alegam que ela os ameaçou afirmando ser portadora do vírus da Aids e que os infectaria. Bruna nega as acusações: "Não é verdade. A única coisa que fiz foi morder minha mão nervosamente", disse. Ela também afirmou: "Quando fico com raiva, fico com raiva, mas não sou violenta. O policial tentou agarrar meu cabelo, mas eu o empurrei e saí correndo. Tentei me esconder em um canteiro de flores, mas eles me encontraram. Foi terrível. Me senti tratada como um cachorro."