"Michael Boxall recebeu insultos racistas no primeiro tempo por parte de um jogador qatariano. O árbitro não tomou nenhuma medida, motivo pelo qual a equipe decidiu não voltar para a segunda metade", publicou a federação neozelandesa.
A seleção da Oceania vencia por 1 a 0 no pequeno Sonnensee Stadium, aos 40 minutos da etapa inicial, quando houve um bate-boca. Os jogadores da Nova Zelândia se mostraram particularmente irritados com o adversário Yusuf Abdurisag.
O capitão Joe Bell argumentou longamente com o árbitro austríaco Manuel Schüttengruber, sem sucesso em suas reivindicações. No intervalo, ele foi o responsável por avisar ao técnico do Qatar, o português Carlos Queiroz, que não haveria segundo tempo.
"Aparentemente, dois jogadores no campo trocaram palavras. Quem foi primeiro, quem foi segundo, é só entre eles. Os jogadores da Nova Zelândia decidiram apoiar o companheiro deles. E, obviamente, nosso time apoiou nosso jogador", disse Queiroz.
"Decidiram abandonar o jogo sem testemunhas. O juiz não ouviu, os bancos de reservas não ouviram. Foi só uma discussão entre dois jogadores. É uma nova história, um novo capítulo do futebol, que, com certeza, ninguém pode entender", acrescentou.
O português pediu ainda que a Fifa (Federação Internacional de Futebol) tome providências. "Agora, vamos deixar as autoridades do futebol tomarem uma decisão sobre o que aconteceu aqui, neste amistoso. Acho que está claro que este caso vai ser observado."
Boxall, que relatou ao árbitro e aos companheiros as supostas ofensas, é um defensor de 34 anos. Nascido em Auckland, na Nova Zelândia, ele tem família de origem em Samoa. Imediatamente após o jogo, o zagueiro preferiu não conceder entrevistas.
O caso não foi o único do tipo no dia. Também foi interrompido um amistoso entre as seleções sub-21 da Irlanda e do Kuwait, também na Áustria. Os irlandeses disseram ter ouvido insultos racistas de um adversário que estava no banco de reservas.
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