A Polícia Civil abriu nessa segunda-feira (19/6) mais um inquérito policial para apurar crime de racismo em Passos, no Sudoeste de Minas. O caso foi registrado em uma casa de eventos onde acontecia um encontro evangélico de casais. Às 23h15, um vizinho, de 35 anos, que se sentia incomodado com o barulho, foi até a porta do evento, chutou o portão com violência e xingou palavras de baixo calão.
Um dos organizadores, o motorista Douglas Reis Morais, conhecido por Diguinho, de 49, foi até a porta, momento em que o homem xingou a mulher dele de vagabunda. Segundo o depoimento de Diguinho, ele pediu paz e o homem o chamou de macaco. O motorista disse que ia até a polícia, mas o homem mesmo ligou para a Polícia Militar. Ambos foram para a delegacia.
Um dos organizadores, o motorista Douglas Reis Morais, conhecido por Diguinho, de 49, foi até a porta, momento em que o homem xingou a mulher dele de vagabunda. Segundo o depoimento de Diguinho, ele pediu paz e o homem o chamou de macaco. O motorista disse que ia até a polícia, mas o homem mesmo ligou para a Polícia Militar. Ambos foram para a delegacia.
Conforme a vítima, o jantar estava no fim, no Jardim Harmonia, que é um espaço residencial, alugado aos sábados para evento, quando o homem chegou enfurecido.
Diguinho conta que estava terminando o encontro de casais quando o pastor estava fazendo os agradecimentos finais e o vizinho bateu no portão com violência e começou a proferir palavras de baixo calão, ofendendo, inclusive, as pessoas que estavam ali perto. “Um membro da igreja chegou a passar mal e fizemos os primeiros socorros ali mesmo, mas muita gente ficou apavorada”, conta Diguinho.
O lugar tem hora para começar e terminar a festa. Segundo Diguinho, estava no final e poderia se perguntar ao vizinho do quarteirão inteiro se houve perturbação. “Não houve perturbação. Houve intolerância religiosa e injúria racial por causa da cor da minha pele”, acredita.
Por outro lado, se comprovada a injúria racial, o suspeito poderá responder na forma da Lei de Racismo, que recentemente foi alterada para conferir maior rigor à punição, inclusive é considerado crime imprescritível.
Outro caso de racismo
Essa é a segunda investigação da Polícia Civil por racismo em Passos neste mês. Em 4 de junho, o time de basquete feminino de Passos sofreu racismo em São Lourenço, no Sul do estado. O marido de uma jogadora do time adversário que disputava uma bola xingou a atleta passense. O técnico, ao ver a confusão, foi até lá, momento em que também foi chamado de macaco.