A Bancada Feminista, mandato coletivo do PSOL na Câmara de São Paulo, protocolou uma ação popular na Justiça de São Paulo pedindo que a Fundação Theatro Municipal volte a erguer as bandeiras LGBTQIA+ que foram retiradas da fachada do teatro da capital paulista.
O episódio ocorreu na semana passada. Como mostrou a Folha de S.Paulo, a decisão da Secretaria Municipal de Cultura de SP espantou ativistas da causa e integrantes do Municipal e gerou uma crise interna.
Em um abaixo-assinado online, funcionários do complexo cultural, artistas e apoiadores da causa LGBT+ classificam a iniciativa, e a forma como a bandeira foi retirada, de "um ataque direcionado à nossa comunidade e a todas as pessoas que defendem políticas de diversidade, ataque este perpetrado pela atual direção da Fundação Theatro Municipal (FTM) de São Paulo".
"Cabe ressaltar, portanto, que desde o ano de 2019, as bandeiras são exibidas durante todo o mês de junho como parte das comemorações do mês do orgulho LGBTQIAPN+, estabelecendo-se como uma tradição no Theatro Municipal e alinhada à inúmeros outros estabelecimentos culturais, tanto públicos quanto privados, na cidade de São Paulo e em todo o território brasileiro", diz a ação popular.
abaixo-assinado narra que funcionários da Fundação Theatro Municipal pediram a retirada da bandeira no dia 14, "sem oferecer nenhuma justificativa". Em uma troca de emails, a Sustenidos, organização social que tem contrato com a Fundação para administrar o teatro, afirmou discordar da iniciativa.
Cerca de meia hora após essa resposta, o próprio diretor geral da Fundação, Abraão Mafra, apareceu para retirar as bandeiras.
A Bancada Feminista afirma que "o diretor geral da Fundação Theatro Municipal, a revelia de quem era verdadeira e contratualmente responsável, interferiu na gestão da programação e na alteração de fachada do edifício histórico do Theatro, configurando ato administrativo lesivo ao patrimônio público".
A Sustenidos disse, em nota, que a bandeira foi retirada "pela equipe da Fundação Theatro Municipal [ligada à secretaria de Cultura], sem concordância da Sustenidos".
A Secretaria Municipal de Cultura afirmou, em nota, que a remoção da bandeira "se deu pelo fato da rotatividade das atividades do espaço, sendo necessárias alterações constantes em sua fachada, propiciando assim o regular andamento das atividades".
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