Jornal Estado de Minas

MÊS DO ORGULHO

Symmy Larrat é a primeira travesti a representar o Brasil na ONU


A secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ – pasta do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) –, Symmy Larrat, representou o Brasil na 53ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, na Suíça, na última quarta-feira (21/6). Em seu discurso, reforçou a valorização da diversidade e da participação social em pautas relacionadas à comunidade.





A pasta responsável pelos direitos da população LGBTQIAP havia sido extinta no início do governo de Jair Bolsonaro (PL) e reconstituída no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para a secretária, a nova gestão reforça a importância de políticas públicas voltadas para a comunidade. Ela também destacou o momento atual das políticas LGBTQIAP e que pretende colaborar com as iniciativas da reunião.

“O Brasil retomou sua jornada histórica de apoio à população LGBTQIA ao instituir, no contexto do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, uma Secretaria Nacional responsável pela pauta. Essa decisão demonstra a importância que atribuímos ao tema e nos dá a imensa responsabilidade de fazer avançar nossos direitos”, disse.

Atualmente, a Secretaria busca promover participação social sobre pautas relacionadas à população LGBTQIAP , além de contribuir com a implementação de políticas públicas contra a homofobia e a transfobia e a favor da comunidade. Larrat deu destaque à criação do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIAP no âmbito do MDHC, afirmando que “a existência do Conselho reforça a importância do espaço de diálogo entre sociedade civil e governo”.




 
 
 
A secretária também aproveitou o espaço na ONU para informar que o Brasil anunciou, no mês passado, o processo simplificado para o reconhecimento de refugiados LGBTQIAP .

“Recentemente, o Brasil sinalizou ao mundo que buscamos ser um país acolhedor para as pessoas LGBTQIA , com a instituição de processo simplificado para o reconhecimento de refugiados LGBTQIA quando seus corpos e modos de vida são criminalizados em outros lugares. O Brasil reconhece a autodeterminação de gênero. Infelizmente, ela tem sofrido ataques, em ofensiva anti-trans, inclusive em espaços de poder. Com políticas e ações, devemos defender a vida das pessoas transgêneras e todos os seus direitos”, afirmou.

Symmy Larrat cumpriu agenda em Genebra até sábado (24), com participação em diversos eventos da ONU relacionados ao mês do Orgulho LGBTQIA .

Ela foi a primeira travesti nomeada como secretária nacional do Brasil e a representar o Brasil em reunião da ONU. Formada em Comunicação Social pela UFPA (Universidade Federal do Pará, Larrat tem histórico vasto na política, já tendo sido coordenadora-geral de Promoção dos Direitos LGBT no governo de Dilma Rousseff (PT), além de coordenadora do programa Transcidadania, da Prefeitura de São Paulo, durante o mandato de Fernando Haddad (PT).