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Dia do Orgulho: conheça 10 personalidades históricas LGBTQIAP+

O Dia do Orgulho LGBTQIAP+ é comemorado mundialmente nesta quarta-feira (28/6). A data é importante para refletir a luta contra a discriminação e pelos direitos da comunidade. Para celebrar, o Estado de Minas destaca 10 personalidades LGBTQIAP que marcaram a história.





Alan Turing

Conhecido como o pai da computação, o matemático Alan Turing desenvolveu a base da computação moderna e ajudou os aliados a vencerem a 2ª Guerra Mundial desvendando o Enigma da inteligência nazista. Apesar de suas contribuições significativas à sociedade, Turing foi condenado por indecência e sofreu castração química aos 39 anos quando descobriram que ele era homossexual.

Infelizmente, a perseguição contra homossexuais na Inglaterra fez com que pouco de seu trabalho fosse reconhecido em vida. Cerca de dois anos depois da condenação, ele foi encontrado morto, por intoxicação por cianeto. Em 2013, a Rainha Elizabeth concedeu a Alan Turing o perdão real póstumo, ato realizado apenas três outras vezes desde o final da 2ª Guerra Mundial.


 
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Marsha P. Thompson

Marsha P. Johnson foi uma mulher trans afro-americana pioneira no ativismo LGBTQIAP dos EUA. Ela fundou, junto de sua amiga, também mulher trans, Sylvia Rivera, a primeira organização de acolhimento e ativismo trans conhecida na história. Além disso, Marsha estava na linha de frente dos motins de Stonewall em 1969. A ativista lutou até o fim de sua vida contra a homofobia e a transfobia, até ser encontrada morta no Rio Hudson em 1990.






Irmãs Wachowski

As irmãs Lilly e Lana Wachowski revolucionaram a indústria cinematográfica com a super produção de “Matrix”, em 1999, que brincou com conceitos filosóficos e construiu um mundo digno das melhores ficções científicas já feitas. O lançamento da franquia não só foi bem recebido pelo público, como impactou a cultura pop da época. 

Fora das telas, ambas passaram por transição de gênero. A primeira delas a passar pela mudança foi Lana, que se assumiu para o público como mulher trans em 2010. Assim como toda descoberta de gênero, o processo não foi fácil para a diretora. Já Lily, apesar de também ter tido uma experiência conturbada, passou pela transição em 2016 e afirmou que o processo pela qual a irmã passou a ajudou na nova fase.

Irmãs Wachowski (foto: Getty Images)


Kim Petras

No Grammy de 2023, a cantora Kim Petras escreveu seu nome na história da música pop. Ela foi a primeira mulher trans a ganhar uma estatueta na maior premiação da música mundial. Em seu discurso, Kim agradeceu a amiga Sophie, também artista trans, indicada ao Grammy e que morreu em 2020, à Madonna, pela luta pelos direitos LGBT, e aos seus pais, por acreditarem nela quando disse que era uma menina.





Antes de Petras, Wendy Carlos foi a primeira pessoa transexual a vencer o Grammy, levando três estatuetas na premiação de 1970, por Melhor Performance de Música Clássica, Melhor Instrumentista Solo e Melhor Gravação de Música Clássica pelo álbum ‘Switched-on Bach’.

Billie Holiday

Eleanora Fagan Gough ou somente Billie Holiday é um dos maiores nomes do jazz mundial. Sua carreira começou em 1933, quando tinha 18 anos. Mulher negra, a dona de uma voz estonteante se relacionava com homens e mulheres e deixava clara sua sexualidade. Seu caso com a atriz Tallulah Bankhead foi um dos mais duradouros. Mesmo com as tentativas para censurá-la, Billie se tornou um ícone da música e da comunidade LGBT.

Freddie Mercury

Freddie Mercury, nascido em Zanzibar, atual Tanzânia, sob o nome de Farrokh Bulsara foi um dos grandes astros do rock de sua época. A banda Queen, a qual fazia parte, é considerada uma das maiores de todos os tempos, muito pela icônica voz do vocalista. 





Porém, em meados dos anos 80 a sexualidade do cantor incomodava muitos e ele sofreu com os tabloides ingleses que o discriminam por ser homossexual. Apesar de Mercury revelar ser portador de HIV somente próximo de sua morte, ele foi duramente criticado na época por estipularem que ele possuía a doença, que, na época, não era bem vista e ainda não tinha tratamento.

Kátia Tapety

Em 1992, o Brasil elegia a primeira travesti para um cargo poli%u0301tico de sua histo%u0301ria. Ka%u0301tia Tapety, travesti, negra, residente no munici%u0301pio de Colo%u0302nia do Piaui%u0301, 388 quilo%u0302metros ao sul da capital Teresina, ingressou no Partido da Frente Liberal (PFL), atual Democratas (DEM), pelo qual foi eleita vereadora em 1992, 1996 e 2000, sempre como a mais votada.

Kátia Tapety (foto: Divulgação)

Richarlyson

Além do talento inegável dentro dos campos, o ex-jogador Richarlyson Barbosa Felisbino, que atuava como volante ou lateral-esquerdo, foi o primeiro jogador de futebol a declarar abertamente sua bisexualidade. A declaração ocorreu em 2022 durante uma entrevista ao podcast "Nos Armários dos Vestiários" e, considerando que o futebol é um esporte majoritariamente machista e homofóbico, a declaração de Richarlyson foi um marco no esporte, principalmente no Brasil.





Virgínia Quaresma

Virgínia Quaresma foi a primeira repórter portuguesa, tendo também atuado no Brasil, entre 1911 e 1917. Mulher negra e feminista, a jornalista era lésbica e nunca escondeu seus relacionamentos. Ela foi a primeira profissional de imprensa do gênero feminino a fazer reportagens na rua. Ela também foi pioneira do feminismo negro e defendia o voto, o direito ao trabalho, o acesso às mesmas profissões que os homens, à administração dos bens e ao divórcio.

Liniker

A cantora e compositora Liniker foi a primeira artista transsexual do Brasil a ganhar um Grammy Latino, em 2022. A cantora venceu a categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira com o disco "Indigo Borboleta Anil".