O Papa Francisco convidou duas mulheres negras brasileiras para participarem da etapa global do Sínodo dos Bispos, em outubro, no Vaticano. As mineiras Sônia Gomes de Oliveira, líder do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, e Maria Cristina dos Anjos, assessora de migração da Cáritas, integram a lista das 70 pessoas escolhidas pelo pontífice — sendo 35 mulheres e 35 homens.
O Conselho Nacional do Laicato do Brasil celebrou o convite do Papa Francisco. "Estar presente na fase universal do Sínodo é sinal de reconhecimento do trabalho que vem sendo realizado, e motivo de imensa alegria, justamente neste ano de 2023, quando o organismo inicia seu itinerário de 50 anos de articulação", afirmou a organização.
Ao jornal Folha de S.Paulo, Sônia disse que carrega consigo — e também levará para o Sínodo — a representatividade. "Levo comigo a representatividade do laicato, de uma mulher preta do sertão mineiro e os gritos de grupos como pessoas encarceradas, LGBTQIA+, da juventude, dos indígenas e dos povos tradicionais", ressaltou.
Maria Cristina afirmou que a atitude do Papa em convidar não apenas bispos abre espaço para um diálogo mais amplo de temas de interesse da Igreja Católica e da sociedade. "Espero que todos possam falar e ser ouvidos. Porém, não dá para dizer até onde conseguiremos avançar", pontuou. O tema deste Sínodo é “Por uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão”. Além de Sônia e Maria Cristina, outros 11 brasileiros vão participar da reunião.
O Sínodo dos Bispos é uma reunião episcopal que discute temas relacionados à Igreja. O processo começou em 2021 e deve ser concluído em 2024. A primeira etapa foram as assembleias em dioceses. Depois, em outubro, ocorre a primeira fase global no Vaticano. No ano seguinte está prevista a etapa final, também em Roma.