A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Rosa Weber, lançou, nesta quarta-feira (19), a primeira tradução oficial da Constituição em língua indígena. A cerimônia aconteceu em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas.
O idioma escolhido para a tradução foi o Nheengatu, também conhecido como língua geral amazônica ou tupi moderno. É estimado que existam de 20 mil a 30 mil falantes do idioma, todos na região amazônica, e, desde 2002, é uma das línguas oficiais em São Gabriel da Cachoeira, conhecido como o município mais indígena do país.
Quinze tradutores indígenas bilíngues da região do Alto Rio Negro e Médio Tapajós participaram do projeto, auxiliando na tradução do texto para a língua Nheengatu.
Além de Rosa Weber, participaram do evento a ministra dos povos originários, Sonia Guajajara, a vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, a presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Joenia Wapichana, e autoridades locais.
"A escrita da Constituição em uma língua indígena significa um importante avanço, um reconhecimento da nossa cultura, dos nossos povos, da nossa língua e é um gesto de respeito às nossas tradições", disse Sônia Guajajara.