Ao menos três crianças filhas de mães lésbicas tiveram suas certidões de nascimento alteradas como parte de uma medida da primeira-ministra ultraconservadora italiana, Giorgia Meloni, que, em março deste ano, pediu às agências estatais que parassem de registrar filhos de casais homoafetivos.
Cerca de 27 famílias receberam cartas de advertência, avisando-as que seus nomes seriam removidos da certidão de nascimento de seus filhos. A partir da determinação de Meloni, que se autointitula como uma ‘mãe cristã’, casais do mesmo sexo que não possuem ligação biológica com a criança perderão o direito legal à parentalidade.
Michela Leidi e sua esposa, Viola, foram algumas das primeiras a receber a carta:
“Será como se eu não existisse [...] Eu suspeito que o governo teme que uma família diferente, como a nossa, possa ser feliz. Talvez mais feliz que uma família tida como tradicional”, disse Michela ao portal LGBTQ+ Nation.
Em setembro de 2022, em uma entrevista concedida ao 'Washington Post', a primeira-ministra italiana disse que “adoção heteronormativa é o melhor para uma criança”.
Meloni diz não ser homofóbica ao mesmo tempo que discursa a favor do desmonte dos direitos LGBTQ+: “Sim às famílias ‘naturais’, não ao lobby LGBT+. Sim à identidade sexual, não à identidade de gênero”.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Fábio Corrêa