Se por um lado, Betim, na Grande BH, tentou proibir menores de 18 anos de frequentar a Parada do Orgulho LGBT+, a 17ª edição do evento em Contagem promoveu um ambiente inclusivo e familiar para se expressar livremente neste domingo (6/8). Com o tema “Somos todas as cores. Existimos sim!”, vários pais até levaram os filhos e defendem que é necessário “conscientizar as crianças” para respeitar o próximo.
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Além disso, para esta celebração, alguns pais resolveram participar do movimento e levar os filhos, defendendo que a educação e o respeito precisam ser ensinados às crianças desde cedo, como foi para Eduarda Steffany, de 18 anos, que é bissexual e levou o filho Cauã Gabriel, de apenas 9 meses. “Isso aqui é normal. Tem que ensinar as crianças a não terem preconceito e respeitarem as pessoas independente de qualquer coisa. Evitar que elas sejam como essas pessoas que tentaram proibir lá em Betim”, ressalta.
Do mesmo modo defendeu Renata Rezende, de 45 anos, que compareceu ao movimento com a filha, Gabriela Rezende, de 7 anos. “Se a gente não educar as crianças agora para aceitar as diferenças vai continuar acontecendo a violência e morte. Tem que conscientizar as crianças. Temos que ensinar a nova geração para respeitar”, afirma.
Segundo ela, a participação de crianças nas Paradas LGBT deveria ser ainda maior. “Eu já vim outras vezes antes de ter ela (a filha, Gabriela) e estava mais cheio, esse ano está muito vazio”, observa.
Robert Batista Moreira, de 44 anos, acompanhado da esposa Solange Gonçalves, 47, também levou o filho na 17ª Parada do Orgulho LGBT de Contagem, Robert Augusto, de 10 anos. “Ensino que o preconceito é o pior defeito do mundo. Sexualidade você não escolhe, vem do berço. As crianças têm que aprender a respeitar o próximo”, aponta. “Deixa para o mundo um recado básico: liberdade. Se você proibir é pior. Sou totalmente a favor do respeito”, acrescenta ele.
Lorena Régine, de 29 anos, queria ir ao evento e não viu problema de levar o filho, Lohan Eduardo, de apenas 1 ano. “A mãe não precisa deixar de viver pelo filho e é um evento que promove o respeito ao próximo, que é a base de tudo e ele vai aprender isso”, afirma.
Assim como os pais reforçam, o evento sociopolítico e cultural procura dar visibilidade à população LGBT pela luta por direitos humanos, ao enfrentamento a qualquer preconceito e a garantia de acesso às políticas públicas.
A Parada do Orgulho LGBT faz parte da programação do aniversário de Contagem, que completa 112 anos. A ação é promovida pela Prefeitura de Contagem, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, e organizada pelo Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual (Cellos-Contagem).