Centenas de pessoas se reuniram no Centro de Belo Horizonte, no início da noite desta quinta-feira (24/8), para protestar contra o aumento da violência policial no país. O ato começou por volta das 17h30 e partiu da Praça Sete, no coração da cidade, em sentido a Praça Raul Soares. Os manifestantes ocuparam parte das pistas da Avenida Amazonas, no sentido bairro.
O protesto denuncia a violência policial sofrida pelas populações negra, indígena e periférica. Além da capital brasileira, atos semelhantes também acontecem no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Porto Alegre.
Entre as ocorrências, os manifestantes destacam duas recentes, que tiveram grande repercussão no país na última semana. Entre elas está o assassinato da líder quilombola e ialorixá Bernardete Pacífico, conhecida como Mãe Bernardete, na última quinta-feira (17/8), em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. A execução aconteceu seis anos depois do assassinato de um de seus filhos, Fábio Gabriel Pacífico dos Santos, em 2017.
Outro crime que movimento o ato, foi o assassinato de Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, no início do mês, na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. Informações dão conta que a criança foi morta por um tiro disparado por agentes de segurança.
O professor Gustavo Damião Cardoso é um dos mobilizadores da manifestação e destaca que a violência policial é um dos maiores problemas do Brasil. "Hoje as ações policiais são a maior causa de mortes violentas contra crianças e adolescentes nas periferias do país. Os casos recentes mostram que essas ações têm método e alvos bem definidos. Queremos a indenização das famílias atingidas pela violência policial, a suspensão de ações e operações do Estado em favelas, a desmilitarização das polícias no Brasil e o fim da "guerra às drogas", reivindica.
Ao longo da manifestação, Cardoso destaca a pluralidade de pautas e bandeiras do movimento negro. “Importante destacar que existem essas duas versões da luta antirracista, aquela atrelada à luta anticapitalista e aquela que é não é pautada pela luta contra o sistema. É importante mostrar que o movimento netro não é uma coisa só, que ele tem percepções diferentes, é multifacetado, e tem pautas internas a serem discutidas.”