Anualmente, no dia 29 de agosto, é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, data estabelecida por ativistas lésbicas brasileiras, em homenagem à data em que aconteceu o 1º Seminário Nacional de Lésbicas, em 29 de agosto de 1996.
Desde Safo — poetisa grega de grande influência na idade Antiga que inspirou o termo ‘lésbica’ e ‘sáfica’ — ao século 21, autoras lésbicas sofrem tentativas de distorção e silenciamento de suas narrativas. O Dia da Visibilidade vem para celebrar a resistência de mulheres que lutam para conseguir espaços de protagonismo, enfrentando não somente a lesbofobia, mas também o machismo.
O DiversEM separou 10 escritoras lésbicas para você conhecer nesse 29 de agosto:
Cassandra Rios
Apelidada de ‘a escritora maldita’ durante a ditadura militar, Cassandra Rios é considerada por muitos como a escritora mais cerceada deste período, com 36 obras censuradas. Odete — seu verdadeiro nome — foi uma das pioneiras da literatura lésbica no Brasil. Aos 16 anos, em 1948, publicou seu primeiro livro, ‘A Volúpia do Pecado’, uma história de amor entre duas adolescentes.
Audre Lorde
Ferrenha defensora dos direitos humanos, Audre foi uma das primeiras autoras negras a falar abertamente sobre sua sexualidade, definindo-se como mulher “preta, lésbica, mãe, guerreira, poeta”. Filha de imigrantes caribenhos, ela foi uma das primeiras a falar de feminismo interseccional.
“Gosto de falar da influência dela no tempo presente porque sua obra circula cada vez mais, amplificando as transformações mobilizadas por sua produção, escrita e atuação política”, explica Rafaela Lamas, editora do Grupo Autêntica, que publicou ‘Irmã Outsider’, um dos livros mais emblemáticos da autora, no Brasil.
Elayne Baeta
Elayne e baiana, podcaster e autora do primeiro romance lésbico juvenil a integrar a lista de mais vendidos da revista Veja, “O Amor Não É Óbvio”, lançado em 2019.
Marina Feijóo
Feijóo é formada em Ciências Sociais na USP e escritora, com foco em temas como sexualidade, gênero e mídia. Seu livro de maior sucesso é ‘Sobre Namoradas e Lobos’, que mistura fantasia com romance sáfico.
Natalia Borges Polesso
Natalia é pesquisadora, tradutora e escritora. Seu livro ‘Amora’, que venceu duas categorias do Prêmio Jabuti de 2016 (Escolha do Leitor e Contos), é uma narrativa protagonizada por lésbicas.
Cidinha da Silva
Nascida em Belo Horizonte, Cidinha iniciou sua carreira em 2006, escrevendo desde romances a livros de poesia, destinados para o público adulto e também infantil.
“Sua produção literária, além de genuinamente criativa, reescreve representações da mulher negra na literatura e faz uma crítica social ampla. Muitos de seus livros estão adotados em programas essenciais à formação de leitores no Brasil, como o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), possibilitando que o seu ponto de vista como escritora negra e lésbica faça parte da bagagem do Brasil por-vir”, acrescenta Rafaela Lamas.
Tatiana Nascimento
Tatiana é tradutora, poeta, cantora e compositora brasileira que escreve e publica livros de autoras negras e LGBT. É co-fundadora da Padê, editora que publica escritoras lésbicas, dissidentes, negras e periféricas. Seu livro Lundu, de 2017, questiona as maneiras heteronormativas de se relacionar.
Angélica Freitas
Angélica é poeta lésbica gaúcha, que denuncia, por meio de sua obra, a misoginia, o machismo e o sexismo.
Seu livro “Um útero é do tamanho de um punho”, colhe relatos de outras escritoras lésbicas.
Dara Bandeira
A escritora e jornalista Dara Bandeira lançou em 2017 seu primeiro livro “Carta a uma paixão simples”, reúne 21 textos que exploram amores sáficos.
Ryane Leão
Ryane é uma poeta brasileira nascida no Mato Grosso, mas radicada em São Paulo. Seu livro ‘Tudo nela brilha e queima’ traz poemas sobre vivências de uma mulher negra e lésbica.
A autora ganhou destaque por publicar poemas em formato de lambe-lambe nas redes sociais.