O discurso, feito na quinta-feira (31/8) durante a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados, viralizou nas redes sociais.
"A sociedade ainda nos enxerga como menos mulher e, ao nos enxergar como menos mulher, também nos enxerga como menos cidadãs, que não merecem proteção, que não podem estar nos esportes, que não podem receber, como a deputada falou, ser consagradas em agremiações e em festivais. Nós temos que estar aonde? Nas esquinas de prostituição, nos cárceres, no drogadicídio? Aonde que é nosso lugar, se também não é aqui discutindo uma agenda de direitos a todas as mulheres? A luta das mulheres transsexuais e travestis desse país nunca excluiu nenhum tipo de mulher. Por que a luta de outras mulheres precisa excluir a nossa existência?", questionou a deputada.
Erika Hilton e a deputada Duda Salabert (PDT-MG) são as primeiras mulheres trans eleitas para o Legislativo nacional.
Contexto
À ocasião, Erika Hilton respondeu a deputada federal Cristiane Lopes (União-RO), que teria afirmado que mulheres transgênero vêm tomando os espaços de mulheres cisgênero.
"Ontem (30/8) fui acusada de ‘transfobia’ por uma parlamentar, simplesmente pelo fato de defender os direitos das mulheres de não perderem seu espaço para as mulheres trans. Sabe-se que as diferenças biológicas entre homens e mulheres influenciam sim, no desempenho em competições esportivas e por isso, defendo a criação de uma categoria específica para elas. A minha fala não se categoriza em transfobia e nem em discriminação, e sim em *POSICIONAMENTO*! Independentemente das diferenças ideológicas, a hostilidade não pode ser a resposta! Que a minha voz reverbere junto à de muitas mulheres que, cada vez mais, estão perdendo seu espaço que lutaram tão arduamente para conquistar", escreveu a parlamentar, em seu perfil no Instagram.