O reality Drag Race Brasil estreou em grande estilo na última quarta-feira (30/8) apresentando 12 drag queens em busca do título de primeira Drag Superstar Brasileira. Representando Belo Horizonte, temos Aquarela, criação de Arthur Santos, de 26 anos.
“Entrar para o programa foi uma mistura de êxtase, de ansiedade, de felicidade. Foi a comprovação de que sou muito boa, eu precisava disso. Mesmo a gente sabendo, a gente fica pensativa em relação a isso. Quando veio a notícia foi a virada de chave”, conta.
Esta é a primeira edição de Drag Race Brasil, uma franquia do reality show estadunidense RuPaul’s Drag Race produzido pela Paramount+ Brasil e WOW Presents Plus, com apresentação de Grag Queen. No programa as competidoras devem passar por provas de performance, criação de looks, dança e canto para agradar a apresentadora e os jurados Bruna Braga e Dudu Bertholini.
Participar do reality foi a realização de um sonho para Arthur. Desde o início de sua participação Aquarela já dobrou o número de seguidores no Instagram e contou que pretende aproveitar ao máximo a oportunidade para crescer profissionalmente.
“Curtam cada momento que a Aquarela aparecer em tela, curtam cada momento de cada artista que está ali. Tem um ser humano por trás de cada personagem, então sejam amor, sempre elogiem, porque é assim que vamos conseguir que nossa arte seja valorizada”, diz Arthur.
Criação de Aquarela
Arthur começou fazendo trabalhos inspirados em Drags. Depois comprou algumas perucas e com o tempo foi treinando maquiagem e descobrindo sua identidade enquanto Drag Queen. Em 2018 nasceu Aquarela.
Fruto da imaginação e de ideias mirabolantes, o objetivo sempre foi ser uma Drag exagerada. Já o nome, Aquarela, surgiu durante uma aula de História da Arte, enquanto a professora apresentava técnicas de pintura e explicou a técnica de aquarela. Nesse momento sentiu que o nome era certo.
“A aquarela representa um sonho, a forma como eu me expresso. Eu, Arthur, sou um garoto comum, então a Aquarela transmite o que eu sinto, meus pensamentos, é uma forma de colocar tudo que está dentro de mim para fora”, conta. “É como se fosse um refúgio”, conclui.
Estreia vibrante
Fazendo valer seu nome, Aquarela fez sua primeira aparição no programa com muita cor e personalidade. Com transmissão em boates de BH e presença de grande público, ela conta que ainda é estranho ter tanta visibilidade, mas está aproveitando cada momento.
“Foi uma sensação bizarra, surreal. Nós somos contratadas para trabalhos, mas as pessoas nunca vão por você, vão pela festa, pelo rolê. Encher uma boate, porque estão indo ver a Aquarela foi surreal, foi um choque de realidade”, afirma.
Compartilhando um sonho
Um ponto marcante na estreia de Drag Race Brasil foi as falas das participantes sobre as dificuldades que enfrentam enquanto artistas Drag: falta de oportunidades, preconceito, cobranças de uma sociedade machista e patriarcal, entre outros.
Dessa forma, a realização da versão brasileira da competição se mostra como meio de mostrar a potência da arte. “Foi um processo muito incrível, conheci as meninas e todas ali estavam com um sonho e compartilhar esse sonho foi muito importante. Todas as drags compartilhando o mesmo objetivo é muito lindo”, disse Arthur sobre sua experiência durante as gravações.
Para além do reality, Arthur sonha em investir em sua arte, criar uma escola artística e apoiar outros artistas para contribuir para tornar o mercado mais justo para a classe.
“Só quem consegue ter um holofote consegue essa valorização, então eu quero dar esse holofote para pessoas que não tem essa visibilidade na mídia. Conseguir viver de arte sem precisar ser famoso, isso é muito importante”, afirma Arthur.