O Centro Cultural UFMG, localizado na Região Central, exibirá em sessão única uma mostra sobre a perspectiva lésbica no audiovisual independente na próxima sexta-feira (15), às 19h. A iniciativa foi elaborada pelos coletivos de artistas LIFA Arte e Fanchecléticas. A entrada será gratuita e a classificação indicativa de 14 anos.
Serão exibidos quatro filmes, ‘Desalinho’ e ‘3 Luas’, produzidos pelo LIFA Arte, assim como ‘A rua e o rio’ e ‘Sapatão: uma racha/dura no sistema’, desenvolvidos pelo Fanchecléticas. As obras normalizam a diversidade sexual, ampliando a compreensão e aceitação de diferentes sexualidades, reunindo narrativas que estimulam o diálogo e expandem a conscientização sobre identidades diversas.
De acordo com Fernanda Lara, atriz e co-fundadora da LIFA Arte, a mostra surge a partir do desejo de criar laços e conexões, em especial com outros coletivos artísticos belo-horizontinos — já que o grupo é originalmente de Patrocínio, na Região do Alto Paranaíba — além do desejo de proporcionar um espaço para debate.
“Fizemos questão de trazer uma temática que nos incomodava enquanto artistas, que é a falta de mais projetos e obras que pautam a vivência lésbica. Além do recorte lébico, debateremos questões de gênero, além do próprio cinema independente”, explica Fernanda.
Após a exibição, acontecerá um bate-papo:
“Vai ser muito legal ter essa troca com o público. Fizemos questão de ter um bate-papo no final, queremos ouvir as perspectivas deles. Será um momento de compartilhar expêriencias, para que lá na frente isso possa reverberar de alguma maneira”, conta a atriz.
Sinopses dos filmes:
A rua e o rio – (Drama, 2020, Brasil, Direção: Denise Lopes Leal, 16', livre)
Elas estão à margem. Nos contornos, nas favelas, nos becos e vielas. Mapeando o invisível. Buscando o (des)conhecido. Elas estão à margem, fora ou dentro do mapa. Elas mudam qualquer planta de lugar. A terra. A rua. Cadê o rio que estava aqui? O asfalto comeu.
Desalinho – (Drama, 2021, Brasil, Direção: LIFA Arte, 23', livre)
Determinada a ingressar na universidade, Tereza começa a trabalhar em uma confecção de roupas. Lá conhece Maria Júlia, filha da proprietária da empresa. A partir de então, a jovem se vê diante de conflitos acerca das constantes questões relacionadas à desigualdade social e a própria sexualidade.
Sapatão: uma racha/dura no sistema – (Drama, 2020, Brasil, Direção: dévora mc, 11', 10 anos)
Por que estamos tão cansades? Uma entregadora por aplicativo responde. Em sua última postagem: um desabafo e uma despedida. Um corpo vivo, uma sociedade em colapso. Uma corpa que tenciona a cidade. Rompe com padrões. Cria racha/duras. Sapatão guarde este dia com carinho.
3 Luas – (Drama, 2021, Brasil, Direção: Lara Pires, 10', 14 anos)
Medeia está prestes a matar os seus filhos por vingança. Átropos, determinando o fim da linha da vida das crianças, reflete sobre o sofrimento da mulher diante do peso do destino. Lilith, estimulando Medeia a cometer a atrocidade, partilha a revolta da submissão, aflorando o lado obscuro do feminino.