Durante a última quinzena de setembro são celebradas duas importantes datas: o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, no dia 21, e o Dia Nacional dos Surdos, 26. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, programações especiais foram organizadas, pensando neste público e na promoção da acessibilidade e inclusão.
Apesar da existência da Lei Rouanet (8.313 de 1991), que, em tese, garante contribuir para facilitar, a todos, os meios para o livre acesso às fontes da cultura e o pleno exercício dos direitos culturais, Pessoas com Deficiência ainda se deparam com locais pouco ou não acessíveis, que carecem de rampas, elevadores, traduções em Libras e audiodescrições.
Pensando nisso, a Associação dos Surdos de Minas Gerais (ASMG) e a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) organizaram uma programação voltada para o público surdo, que acontecerá nos dias 23, 25, 26, 28 e 29.
Na manhã da sexta-feira (23), será realizada uma trilha pelo Parque Ecológico Rego dos Carrapatos, localizado em Nova Lima. A inscrição acontecerá pelo WhatsApp, enviando o nome completo e o endereço dos participantes para o número (31) 98006-4186.
Já na segunda (25), os participantes assistirão a uma oficina de culinária voltada para a 3ª idade, que acontecerá às 14h. Para se inscrever, basta mandar mensagem para (31) 98272-4432, manifestando o seu interesse. A palestra sobre a cultura surda chinesa, será às 19h. Ambas as atividades serão realizadas por pessoas também surdas. Clique aqui para se inscrever na palestra
A visita guiada por intérprete de Libras ao Cine Theatro Brasil Vallourec acontecerá na terça-feira (26). Clique aqui para se inscrever.
A ida ao Parque Guanabara acontecerá na quinta-feira (28), às 14h, e garantirá às crianças e jovens acesso gratuito aos brinquedos. Clique aqui para realizar sua inscrição.
Por último, acontecerá às 19h do dia 29 o bate-papo ASMG, que já é tradição: toda sexta-feira a Associação abre suas portas para receber a comunidade surda.
“Setembro é o mês em que comemoramos o Dia Nacional do Surdo, dia 26, momento de relembrarmos nossa trajetória enquanto pessoa surda numa sociedade ouvinte, que não fala nossa língua. É o período de trazer nossas identidades surda para a rua, enaltecer nossa cultura, e principalmente a força da nossa língua de sinais, língua viva em movimento. Para celebrarmos essa data, organizamos atividades voltadas ao protagonismo surdo e difusão da língua de sinais, ocupando espaços que normalmente transitamos como minoria linguística. A sociedade ainda necessita de agentes de acessibilidade linguística em seus ambientes culturais, artísticos, políticos e de lazer. Neste mês também relembramos a necessidade da presença do intérprete de libras em todos os setores. O Setembro Azul é um marco na história da comunidade surda como um momento de relembrar, celebrar e lutar por nossos direitos, sempre!”, ressalta Igor Valério Rodrigues, presidente da ASMG.
O Museu de Arte da Pampulha também terá programação especial, às 10h do dia 23 será realizada uma edição especial do ‘Ateliê Aberto’ em colaboração com o Instituto de Habilidades para Crianças Autistas (IHCA), que oferece atividades pedagógicas e sensoriais para pessoas com transtorno do espectro autista.
A oficina batizada de ‘Banquete Imaginário: Massinha de Modelar’ tem como missão explorar a criatividade dos participantes e refletir sobre a cozinha como um espaço de construção de comunidade. As inscrições poderão ser realizadas pelo e-mail map.educativo@pbh.gov.br.
Também no dia 23, às 16h30, o Cine Santa Tereza receberá a ‘Sessão Azul’, pensado para crianças com transtorno do espectro do autismo TEA. O ambiente será adaptado durante a exibição do filme ‘O Corcunda de Notre Dame’, com meia luz e som mais baixo.
O Centro de Memória da AngloGold Ashanti passou a ter programação física para o público com deficiência, que será fixo.
Localizado em Nova Lima, o Centro abriga quase 3 mil objetos, 6 mil livros, 7 mil fotos e 20 mil documentos que recontam a história da mineração de ouro nas regiões das operações da empresa. Feita mediante agendamento, a visita contém material confeccionado exclusivamente para este público, como, por exemplo: maquetes táteis, braile e tablet com vídeos gravados com intérprete de libras falando sobre cada espaço.
“Todas essas mudanças para aumentar a acessibilidade permitem que as pessoas tenham mais acesso à informação, troquem saberes, interajam com pessoas e espaços diferentes, além de viverem experiências educativas que as aproximam de patrimônios, história e memórias que são de todos”, explicou Othon Maia, diretor de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da AngloGold Ashanti.
*Estagiária com supervisão do subeditor Diogo Finelli.