Sávio Silva Monteiro Estevam, acusado de matar asfixiada uma garota de programa trans, Aléssia Rodriguez, de 20 anos, em fevereiro de 2021, foi julgado na última terça-feira (3) e condenado a 21 anos, 3 meses e 23 dias de reclusão.
O caso aconteceu no apartamento da vítima, que era dividido com uma amiga (que também era uma mulher trans), em Maceió, Alagoas. De acordo com os autos do processo, o réu teria combinado um programa com Aléssia por meio do Grindr, aplicativo de relacionamento.
Segundo o Ministério Público, Sávio teria oferecido o celular como garantia de pagamento pelo programa, no entanto, se recusou a entregar o aparelho, o que levou a uma discussão entre os dois. Durante o conflito, o acusado matou a garota de programa asfixiada.
Conforme o depoimento da amiga de Alessia, a vítima e o Sávio estavam sozinhos no quarto, mas, em certo momento, ele foi para a sala e tentou beijá-la. Ela se recusou e o expulsou do apartamento. Ao ir para o quarto, encontrou Alessia desacordada e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou a morte da vítima.
Dados do Dossiê Assassinatos e Violências Contra Travestis e Transexuais Brasileiras, realizado em 2021 pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), mostram que o Brasil foi — pelo 13º ano consecutivo — o país onde mais pessoas trans foram assassinadas. 78% dos assassinatos foram contra profissionais do sexo, assim como Aléssia.