O Disque 100, serviço que recebe, analisa e encaminha denúncias de violações de direitos humanos, iniciou na última terça-feira (17), pela primeira vez, o treinamento sobre intolerância religiosa e racismo religioso para operadores, coordenadores e supervisores, em Brasília (DF).
É a primeira vez que a temática é trabalhada no serviço de atendimento à população. O treinamento recebeu apoio da Coordenação-Geral de Promoção da Liberdade Religiosa, coordenada pela Yalorixá Gilda de Oxum, que integra a Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (SNDH). A gestora cuida de ações prioritárias à sensibilização e educação, apoio às vítimas de intolerância, combate à intolerância e diálogo inter-religioso.
“Estamos aqui para sermos os agentes transformadores das realidades. E vejo vocês [os operadores do Disque 100] como agentes multiplicadores de direitos tanto no campo da atuação profissional como dentro das suas comunidades. Os dados recebidos das denúncias oferecem grande contribuição na implementação de políticas públicas”, destacou Alex Vargem, diretor de Promoção dos Direitos Humanos do SNDH e quem ministrou a capacitação.
Segundo dados do portal Disque 100, foram registrados 477 casos de intolerância religiosa em 2019, 353 casos em 2020 e 966 casos em 2021.
Em 27 de dezembro de 2007, foi instituído o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, após a morte da Iyalorixá baiana e fundadora do Ilê Asé Abassá, Gildásia dos Santos e Santos. Também conhecida como Mãe Gilda, ela teve a casa e o terreiro invadidos por um grupo de outra religião, e, após perseguições e agressões verbais, morreu de infarto fulminante.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.