O Presépio do Pipiripau é uma das tradições natalinas mais encantadoras de BH. São 586 figuras em movimento, distribuídas em 45 cenas que narram a história de Jesus Cristo. Esse conjunto foi pacientemente construído pelo artesão mineiro Raimundo Machado ao longo de 82 anos – de 1906, quando ele tinha 12 anos, a 1988, quando morreu.
A inspiração veio das idas de Raimundo a igrejas da antiga Colônia Américo Werneck, no Horto. As imagens estão associadas ao cotidiano mineiro, resgatando a infância do inventor do Pipiripau.
Há alguns anos, especialistas perceberam que as peças estavam infestadas por cupins. Também havia risco de incêndio, devido à fiação antiga. Decidiu-se reformar o presépio, abrigado no Museu de História Natural da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Foram 12 anos da minha vida dedicados à restauração do Pipiripau. A proposta ficou engavetada por algum tempo, pois tivemos dificuldades para captar recursos. Contamos com o auxílio do Instituto Unimed e, mesmo com metade do orçamento previsto, colocamos o projeto em prática”, conta Fabrício Fernandino, diretor do Centro Cultural UFMG e professor da Escola de Belas-Artes. Em abril de 2017, o presépio foi reinaugurado.
O técnico em manutenção Carlos Adalberto Alves zela pelo Pipiripau há 25 anos. “O presépio faz parte da minha vida. É uma responsabilidade muito grande cuidar da conservação dele, mas todo esse trabalho é recompensado com as visitas, que ficam ainda mais intensas nesta época do ano. Vem gente de todo o Brasil”, conta.
Neste mês de dezembro, o Pipiripau pode ser visitado de quarta a sexta-feira, às 11h, 12h, 14h, 15h e 16h. Nos fins de semana, as sessões ocorrem às 11h, 12h, 12h30, 14h, 15h, 16h e 17h.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria
MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL DA UFMG
Rua Gustavo da Silveira, 1.035, Santa Inês, (31) 3409-7650. Aberto hoje, das 10h às 12h e das 13h às 17h; amanhã e domingo, das 10h às 17h. R$ 6. Crianças até 5 anos e maiores de 65 não pagam.