Jornal Estado de Minas

Músicos de Belo Horizonte se dividem entre os palcos e o balcão

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Conciliar música e gastronomia não é problema para Ricardo Koctus, Adair Groove e Matheus Lopes. Músicos e empresários, os três encaram os palcos e o balcão. À frente da Koctus Pizza, o baixista da banda Pato Fu diz fazer o que mais gosta: tocar e cozinhar. “Não vejo nenhum empecilho em exercer as duas coisas paralelamente”, afirma Ricardo. “Criamos a banda no início dos anos 90. Sempre tive admiração pela gastronomia, mas não sobrava tempo para me dedicar por causa dos shows e turnês. Hoje, posso conciliar as duas profissões.”

Nos dias de show, Ana Luiza, mulher dele, assume a pizzaria. “O importante é que exerço as duas profissões que amo.

Isso me deixa muito feliz”, comenta o baixista.

A jornada dupla começou há cerca de cinco anos. Ana Luiza gerenciava uma pizzaria. Certo dia, faltaram dois funcionários. Ela chamou o marido para ajudar. “Chegando lá, fiquei observando por um tempo o pizzaiolo trabalhar. Aquilo me deixou fascinado”, conta o baixista do Pato Fu.

Koctus decidiu pesquisar na internet tudo relativo à pizza. “Aprendi.
E passei a fazê-las como free lancer em aniversários de amigos e feiras de rua. Recebi convite para abrir uma pizzaria em Lourdes, fiquei naquele ponto por um ano. Como o interesse dos clientes foi crescendo, os negócios foram melhorando. Tive de sair de lá para um local maior, mas no mesmo bairro”, comemora. As pizzas de Koctus são individuais. Têm massa leve e custam a partir de R$ 50 (30cm).

Ricardo anuncia que a nova loja estará aberta na segunda quinzena de junho, com área para exposição de pintura, espaço kids e salão para eventos fechados. “Há também o espaço com a radiola que toca discos de vinil. As pessoas poderão ficar lá ouvindo LPs com suas músicas prediletas”, promete.
Em parceria com a Cervejaria Kud, ele está lançando a artesanal Fever, homenagem a seu ídolo Elvis Presley.

POINT

Outro que não encontra problemas em se dividir entre várias profissões é o publicitário, produtor cultural e DJ Adair Groove, que se apresenta em vários eventos e dirige o bar Mi Corazón, na Rua Sapucaí, point boêmio da capital.

“Basta adequar os horários, mesmo porque tenho feito menos eventos, pois o mercado deu uma caída. Sou DJ há bastante tempo, mas sempre quis comandar um espaço. Tocava em uma porção de bares e pensava: por que não abrir o meu? Não deu outra. Foi a melhor coisa que fiz.”

Adair costuma tocar em seu bar aos sábados, por volta das 21h. Mas continua se apresentando em festas em outros locais.

“O Mi Corazón tem programação variada. Além dos DJs que se apresentam lá, há shows ao vivo com bandas, às quartas-feiras. Damos a eles liberdade para tocar boa música para as pessoas de bem com a vida”, diz Groove.

O bar está comemorando dois anos. Em setembro, entrará em reforma. “Vamos ampliar o espaço, que passará a abrigar 120 pessoas”, anuncia Adair. Enquanto isso, a programação prossegue cheia de novidades, como festas juninas e eventos ligados à Copa América.

A carta de bebidas traz pedidas tradicionais, como o mojito (R$ 18).
Batizados com nomes de canções em espanhol e de celebridades, os drinques custam cerca de R$ 20. Destacam-se o La diabla (maracujá, pimenta-rosa, xarope grenadine, vodca e triple sec) e o Mujica (abacaxi macerado, limão-siciliano, canela e gim). Outra opção é o Frida Kahlo (Jack Daniels, limão-siciliano e tônica, R$ 25). Cervejas custam a partir de R$ 8 (long neck). Para petiscar, Adair sugere espetinhos de carne (R$ 10) e porções (R$ 20). Outra opção são os hambúrgueres (R$ 15).



"Tocava em uma porção de bares e pensava: por que não abrir o meu? Não deu outra”

. Adair Groove, DJ e dono do Mi Corazón



Cansa, mas
compensa

Diferentemente do baixista Ricardo Koctus e do DJ Adair Groove, Matheus Silva Lopes, um dos sócios do Bar e Restaurante Entre Folhas, começou como empresário e só depois enveredou pela carreira musical. “É uma questão de adequar horários. Claro que é um pouco cansativo, mas faço as coisas de que mais gosto. Difícil, mesmo, é conciliar o trabalho com a família”, afirma o cantor da banda 9Hora.

Tudo começou em 1998, quando Matheus voltou de Nova York, onde morou por cerca de três anos.
Ao chegar a BH, foi ajudar a mãe, que havia montado a lanchonete Entre Folhas dentro de uma academia.

Posteriormente, o empreendimento foi transferido para outros locais e a mãe dele deixou a sociedade. Matheus, então, juntou-se a três amigos ligados à música: os DJs Túlio Ferolla e Arthur Stockler e Leonardo Oliveira, ex-produtor da banda Tianastácia.

Funcionando no Bairro São Pedro, o Entre Folhas tem capacidade para 150 pessoas. O carro-chefe são os hambúrgueres artesanais. O mais pedido é o Suculento (R$ 29,90), feito com carne bovina, chedder e bacon, servido no pão de gergelim e acompanhado de batata frita. A casa oferece também almoço self-service de segunda a sexta-feira (R$ 49,90, o quilo).

Os hambúrgueres podem ser de carne bovina (R$ 29,90), frango (R$ 28,90) e linguiça (R$ 28,90), além da opção vegetariana (R$ 28,90).

“Outra boa pedida é o fish and chips, tilápia crocante empanada no corn flakes com fritas e molho tártaro”, recomenda Matheus. O preço é R$ 31,90.



Hora extra

KOCTUS PIZZA
Rua Marília de Dirceu, 159, Lourdes. (31) 3243-8067. Reabre na segunda quinzena de junho. Vai funcionar de quinta-feira a domingo, das 18h à 0h30. Instagram: @koctuspizza

MI CORAZÓN
Rua Sapucaí, 511, Floresta. (31) 98897-7150. Abre de terça a quinta-feira, das 18h às 1h; sexta e sábado, das 18h às 3h; e domingo, das 16h às 22h.

ENTRE FOLHAS
Rua Major Lopes, 709, São Pedro. (31) 99105-0553. Abre diariamente para almoço, das 11h às 15h. À noite, funciona de quarta a sábado, a partir das 19h, e aos domingos, a partir das 16h..