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Estado de Minas

Musical com a Turma da Mônica defende a diversidade cultural do Brasil

Em cartaz no Sesc Palladium, megaprodução destaca o papel de negros, índios e europeus na formação do povo brasileiro. 'É o nosso espetáculo mais bonito', diz Mauricio de Sousa


postado em 27/09/2019 04:00 / atualizado em 25/09/2019 17:27

(foto: Bianca Tamiya/divulgação)
(foto: Bianca Tamiya/divulgação)

Brasileirinhos de ouro
 
O musical Circo Turma da Mônica – Brasilis defende o respeito à diversidade cultural do país
 
Circo da Mônica, com Paula Lima, destaca a influência dos negros e dos índios na formação do Brasil(foto: Rodolfo Magalhães/divulgação)
Circo da Mônica, com Paula Lima, destaca a influência dos negros e dos índios na formação do Brasil (foto: Rodolfo Magalhães/divulgação)

Dos quadrinhos ao cinema, não tem erro: a Turma da Mônica é sempre um sucesso. Na telona, o longa Laços..., estrelado pela dentuça e seus amigos, estreou em junho e bateu dois milhões de espectadores. Em breve, as histórias que fascinam as crianças brasileiras deverão ser produzidas no Japão. Neste fim de semana, os famosos personagens de Mauricio de Sousa chegam a BH.

O musical Circo Turma da Mônica – Brasilis, que ficará em cartaz no Sesc Palladium, terá quatro sessões. "É o nosso espetáculo mais sofisticado e caro, mas também é o mais bonito, com sua mensagem bacana de brasilidade", afirma Mauricio, o pai da turma.

Feliz com o sucesso da turnê, ele diz que sua empresa – a Mauricio de Sousa Produções (MSP) – “arrumou sarna para se coçar”. "Como não queremos fazer nada inferior, teremos pela frente um grande problema. O próximo desafio deverá ser melhor, mais espetacular e com mensagem mais interessante. No futuro, quem sabe, vamos chegar a uma ópera", brinca ele.

Brasilis leva Mônica, Magali, Cebolinha e Cascão à casa de Chico Bento, na Vila Abobrinha. O papo rola solto, até que a criançada se vê num impasse: afinal, o que é diversidade cultural? Para salvar a turma, Vó Dita (Fafy Siqueira) conta histórias sobre a riqueza de nosso país, fruto da influência negra, europeia e indígena. Composta pelo grupo baiano Olodum, a trilha sonora é interpretada pela cantora Paula Lima.

Mauro Sousa, diretor e produtor do espetáculo, afirma que tratar de diversidade cultural é um ato de coragem, assunto polêmico e muito importante. "Nós da MSP queríamos nos posicionar. Não é um espetáculo político, mas humano, com um assunto importante para ser dito a crianças", afirma o filho caçula do criador da Turma.

“Para as crianças, tudo é lúdico, mas para os adultos o tema é colocado de forma objetiva”, acrescenta Fafy Siqueira, fã das criações de Mauricio de Sousa. A atriz e a cantora Paula Lima contam que a paixão delas pela Turma da Mônica vem da infância.

“Quando era criança, gostava de brincar com os meninos. Aos 10 anos, meu pai me deu de presente uma Mônica grande e disse: 'Ela é a sua cara'”, conta Fafy. “Sempre quis ser dona do meu nariz, e a Mônica sempre foi dona do nariz dela”, compara Paula Lima.
Mauricio de Sousa promete criar uma ópera para Mônica(foto: Marcio Bruno/divulgação)
Mauricio de Sousa promete criar uma ópera para Mônica (foto: Marcio Bruno/divulgação)

Mauro de Sousa conta que o musical foi criado a muitas mãos. “Tivemos consultorias muito importantes, como a do ilustrador Rafael Calça (cultura africana) e de Katu Mirim e Danilo Baniwa (cultura indígena). Cada consultoria era uma aula.”

Os espetáculos da Turma da Mônica são apresentados há quatro décadas. Desde 2009, Mauro está à frente da produção dos shows ao vivo. “Brasilidade é o tema do qual queríamos falar. Estamos satisfeitos com o retorno do público”, diz.

Mauro afirma que esse é o maior espetáculo realizado pela MSP. E também o mais desafiador. “Não só pelo tema, mas pelo tamanho. Nessa turnê, viajam 55 pessoas, entre atores, músicos e artistas circenses. Todo mundo a fim de entregar a nossa mensagem”, conclui.

CIRCO TURMA DA MÔNICA – BRASILIS

Grande Teatro do Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3270-8100. Sábado (28), às 16h e 19h; domingo (29), às 11h e 16h. Inteira: R$ 140 (plateia premium), R$ 120 (plateia 2), R$ 100 (plateia 3) e R$ 75 (plateia 4). Meia entrada na forma da lei.

(foto: Rodolfo Magalhães/Divulgação)
(foto: Rodolfo Magalhães/Divulgação)

Três perguntas para...
MAURO SOUSA, produtor

Como você viu a reação a decisão do governador do Rio de Janeiro de recolher o livro Vingadores – A cruzada das crianças, acusado de divulgar “conteúdos impróprios para menores"? 
A Mauricio de Sousa Produções é contra qualquer tipo de censura e a favor da liberdade de expressão e da diversidade. Continuaremos trabalhando e criando projetos alinhados com nossos valores – respeito às diferenças, inclusão, diversidade, amor, amizade, união – na esperança de criarmos cidadãos mais conscientes e responsáveis.

Como é conviver com os dois Mauricios de Sousa – o pai e o dono da empresa? Quais as melhores lições que você recebe deles?
Conviver com o Mauricio é sempre prazeroso. Ele é um ótimo chefe, porque me ensina, me dá broncas e me elogia quando precisa. E também é um ótimo pai, sempre atencioso, carinhoso e presente. Me inspiro nele – sempre humilde, persistente, talentoso, com um coração gigantesco – para ser melhor profissional e ser humano. Quero ser igualzinho a ele quando eu crescer.

Por que A Turma da Mônica continua atraindo tantos fãs?
A Turma da Mônica pode falar sobre qualquer assunto com todos os públicos. Nós nos atualizamos, estamos sempre antenados sobre o que está acontecendo no momento, os temas que estão sendo trabalhados em sala de aula ou em casa. Por termos essa liberdade, conseguimos nos adequar aos tempos. Nós nos tornamos uma marca atemporal. Atribuo muito desse sucesso à liberdade que temos para criar.

 


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