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Estado de Minas

Floricultura investe em tecnologias para crescer


postado em 04/09/2007 09:50 / atualizado em 12/01/2010 02:46

O setor de floricultura cresce graças ao desenvolvimento e ao maior uso de novas tecnologias. O grande desafio do produtor é fazer com que as flores tenham maior durabilidade para conquistar o consumidor e aumentar as vendas.

Os grandes pólos de produção, como a cidade de Holambra (a 140 km da capital paulista), estão implementando novas tecnologias e processos de produção. Os produtores estão adquirindo novos equipamentos, como estufas que conseguem controlar o clima gastando pouca energia.

Os avanços científicos e tecnológicos impulsionam o desenvolvimento da floricultura brasileira, favorecendo a competitividade, os ganhos em produtividade, a redução de custos e o aumento na qualidade.

Para isso, laboratórios desenvolvem soluções para dar suporte técnico-científico aos projetos brasileiros. Entre as inovações estão a biotecnologia e a engenharia genética. Dentro da inovação tecnológica, está a aceleração do processo de multiplicação de novas variedades.

A empresa holandesa SBW desenvolveu no Brasil o sistema TIB (Biorreatores de Imersão Temporária, na sigla em inglês) que, em contêineres de 4,5 litros ou até de 50 litros, acelera o processo de multiplicação de novas variedades. Simplificando: o produtor escolhe a melhor unidade de uma variedade que ele quer plantar e o laboratório multiplica essa muda.

Nos processos atuais, a cada quatro semanas uma plantinha se desenvolve em 2,5 plantas. "Com o novo sistema TIB, é possível triplicar essa produção", segundo Conny Maria de Wit, diretora comercial para a América Latina da SBW. De acordo com Wit, "o objetivo dessa tecnologia é baratear o custo e acelerar o processo de micropropagação".

Apesar de todos os Estados brasileiros estarem produzindo flores atualmente, Kees Schoenmaker, presidente do Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura), ainda destaca a cidade de Holambra como um dos principais pólos de produção, por estar adotando mais o uso de tecnologia.

Entre os avanços, Schoenmaker destaca o controle do clima dentro da estufa - tanto o aquecimento como a refrigeração. "O alto índice de utilização de tecnologia favorece o aumento da produtividade por metro quadrado. E é isso o que ocorre em Holambra", diz o presidente do Ibraflor.

O município de Holambra é responsável por cerca de 40% da produção de flores e plantas ornamentais do país e por 80% da exportação desses produtos.

De acordo com Renato Opitz, presidente da Câmara Setorial Federal de Flores e Plantas Ornamentais, os produtores estão investindo cada vez mais em máquinas e equipamentos. Ele também destaca a diversificação dos produtores, que investem em novas variedades de flores, com cores diferenciadas. "Há uma tendência de crescimento no mercado. O consumidor está aceitando muito bem essas novas variedades", diz Benny van Rooijen, produtor de rosas e de boca-de-leão, de Holambra.

Mas há quem diga que esse é um mercado restrito, como Schoenmaker. Para o presidente do Ibraflor, as novas variedades de rosas bicolores "agradam como novidade". "Mas elas nunca irão substituir as rosas vermelhas." Muitos produtores de Holambra estão migrando para o sul de Minas Gerais, onde o clima, mais frio, é mais propício ao cultivo de rosas. É o caso de dois irmãos de Rooijen. Eles se mudaram para a serra da Mantiqueira para buscar maior qualidade das rosas. Resultado: já exportam para a Holanda.

De acordo com Rooijen, na serra da Mantiqueira, com a nova genética, os produtores conseguem potencializar a qualidade das rosas.

Consumo

Para o presidente do Ibraflor, "o setor está bem, mas poderia estar melhor". De acordo com Schoenmaker, a grande dificuldade do setor é aumentar o consumo dos brasileiros. Para ter uma idéia, o consumo de flores e plantas ornamentais no Brasil é de US$ 7 por habitante por ano - na Europa, US$ 70.

Segundo o Ibraflor, o Estado de São Paulo é o principal produtor do país, com 70% do cultivo, o maior consumidor e também o maior exportador. A maior parte (71%) do cultivo é feita a céu aberto. As estufas representam 26%. O Ibraflor estima que o crescimento do faturamento do setor seja de 12% neste ano - acima dos 10% do ano passado.

Exportação

Para Schoenmaker, a situação das exportações de flores cortadas (como rosas e gérberas) é muito difícil. "A maioria dos produtores que exportam está operando no vermelho, por causa do dólar." Opitz, da câmara setorial, prevê que as exportações, que vinham crescendo nos últimos anos, deverão permanecer estáveis neste ano. Em 2006, a receita com as exportações atingiram US$ 29 milhões. Cerca de 70% desse valor é da venda de bulbos e mudas.

Além do câmbio, Opitz destaca como entrave às vendas os problemas logísticos, como os atrasos dos vôos, já que a flor é um produto perecível.


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