Os pais não estão mais obrigados a tirar o doce da boca da criança. A indústria de balas e guloseimas já começa a se preocupar em oferecer opções menos calóricas, com 0% de gordura e sem gordura trans. Líder mundial na venda de balas, a argentina Arcor emagreceu um ícone do segmento. Transformou a tradicional bala mastigável 7Belo em uma similar confeccionada com gelatina. A 7Belo Gelatin tem 0% de gordura e foi lançada este ano em Minas Gerais e São Paulo. Já a linha Nutri é feita com suco de frutas natural e enriquecida com vitaminas C e E. Também o drops Fruitella, da Perfetti Van Melli, sofreu mudanças na tradicional fórmula, com a adição de aromas naturais.
Nos bastidores, comenta-se que o gordo mercado de balas no Brasil (o país é o quarto maior produtor mundial de balas, gomas de mascar, chocolates e confeitos) chegou ao ponto de saturação. Não tem mais para onde crescer – daí a necessidade de buscar novos produtos e de atender públicos diferentes. Números extraoficiais, fornecidos pelos próprios fabricantes, indicam que, nos últimos três anos, o crescimento anual do segmento de balas teria ficado estagnado em 1%, no máximo 2%. Aos poucos, as apostas se voltam para o consumo de pastilhas e chicles. Os itens ganharam maior elasticidade com a chegada ao mercado das classes C e D.
“Hoje está todo mundo buscando mais saúde. Se fosse possível aliar uma bala boa e mais saudável, seria perfeito”, afirma Délcio de Almeida Filho, sócio da distribuidora 1001 Festas, de Belo Horizonte. No seu supermercado de balas recém-inaugurado, porém, ele não conseguiu achar uma brecha para os produtos dietéticos. “Os clientes estão até procurando, mas já tentei uma vez e não teve saída”, afirma. Ele observa que o público desses produtos é mais restrito e já está sendo bem atendido pelas lojas especializadas e pelos supermercados estilo gourmet, que exploram o nicho light/diet.
“Se existisse uma bala mais saudável, eu ficaria mais tranquila e daria até mais vezes para meu filho”, diz a pedagoga Juliana Martins dos Reis, de 31 anos, que só libera guloseimas nos fins de semana e em festas de aniversário para o filho Gustavo. Com 7 anos, ele só descobriu a existência do açúcar aos 2. “Não chego ao cúmulo de proibir refrigerantes, mas me preocupo em saber que já existem crianças com quadro de obesidade e até hipertensão”, completa.
Já a vovó Maria da Conceição Nunes Rabelo, de 56 anos, não resiste em comprar pacotes de bala sabor paçoquinha para as três netinhas. Ela mesma não resiste ao doce, embora tenha tido um enfarto há dois anos e esteja com o colesterol alterado. “Preciso maneirar no açúcar. Abro mão das sobremesas, mas não consigo passar um dia sem bala”, confessa.
Para alguns fabricantes, como a Dori Alimentos, a bala não tem de agradar aos pais, mas, sim, às crianças. O que precisa mudar nesta relação é o consumo, que deve ser mais consciente, segundo o gerente de marketing da empresa, Jean Paiva. “Não se pode suprimir a parte doce e divertida da infância, da mesma forma que não se deve deixar de lado a prática de esportes e a educação para o consumo”, compara. Nos últimos dois anos, a Dori apresentou crescimento de quase 10% em balas.
Na linha do consumo consciente, a Dori é uma das poucas empresas do ramo a só admitir o licenciamento de personagens como super-heróis e fadas para maiores de 7 anos. Não é uma briga fácil. No mercado há 42 anos, a fábrica precisou reinventar seus produtos para concorrer com os caramelos de Robots, Carros e Princesas. “A bala virou commodity, é tudo igual. É preciso evoluir para acompanhar as crianças”, diz Paiva, que, este ano, lançou uma bala gigante, com oito gramas, o dobro do tamanho da comum.
Nos bastidores, comenta-se que o gordo mercado de balas no Brasil (o país é o quarto maior produtor mundial de balas, gomas de mascar, chocolates e confeitos) chegou ao ponto de saturação. Não tem mais para onde crescer – daí a necessidade de buscar novos produtos e de atender públicos diferentes. Números extraoficiais, fornecidos pelos próprios fabricantes, indicam que, nos últimos três anos, o crescimento anual do segmento de balas teria ficado estagnado em 1%, no máximo 2%. Aos poucos, as apostas se voltam para o consumo de pastilhas e chicles. Os itens ganharam maior elasticidade com a chegada ao mercado das classes C e D.
“Hoje está todo mundo buscando mais saúde. Se fosse possível aliar uma bala boa e mais saudável, seria perfeito”, afirma Délcio de Almeida Filho, sócio da distribuidora 1001 Festas, de Belo Horizonte. No seu supermercado de balas recém-inaugurado, porém, ele não conseguiu achar uma brecha para os produtos dietéticos. “Os clientes estão até procurando, mas já tentei uma vez e não teve saída”, afirma. Ele observa que o público desses produtos é mais restrito e já está sendo bem atendido pelas lojas especializadas e pelos supermercados estilo gourmet, que exploram o nicho light/diet.
“Se existisse uma bala mais saudável, eu ficaria mais tranquila e daria até mais vezes para meu filho”, diz a pedagoga Juliana Martins dos Reis, de 31 anos, que só libera guloseimas nos fins de semana e em festas de aniversário para o filho Gustavo. Com 7 anos, ele só descobriu a existência do açúcar aos 2. “Não chego ao cúmulo de proibir refrigerantes, mas me preocupo em saber que já existem crianças com quadro de obesidade e até hipertensão”, completa.
Já a vovó Maria da Conceição Nunes Rabelo, de 56 anos, não resiste em comprar pacotes de bala sabor paçoquinha para as três netinhas. Ela mesma não resiste ao doce, embora tenha tido um enfarto há dois anos e esteja com o colesterol alterado. “Preciso maneirar no açúcar. Abro mão das sobremesas, mas não consigo passar um dia sem bala”, confessa.
Para alguns fabricantes, como a Dori Alimentos, a bala não tem de agradar aos pais, mas, sim, às crianças. O que precisa mudar nesta relação é o consumo, que deve ser mais consciente, segundo o gerente de marketing da empresa, Jean Paiva. “Não se pode suprimir a parte doce e divertida da infância, da mesma forma que não se deve deixar de lado a prática de esportes e a educação para o consumo”, compara. Nos últimos dois anos, a Dori apresentou crescimento de quase 10% em balas.
Na linha do consumo consciente, a Dori é uma das poucas empresas do ramo a só admitir o licenciamento de personagens como super-heróis e fadas para maiores de 7 anos. Não é uma briga fácil. No mercado há 42 anos, a fábrica precisou reinventar seus produtos para concorrer com os caramelos de Robots, Carros e Princesas. “A bala virou commodity, é tudo igual. É preciso evoluir para acompanhar as crianças”, diz Paiva, que, este ano, lançou uma bala gigante, com oito gramas, o dobro do tamanho da comum.