Após a crise mundial que estourou no segundo semestre de 2008 e as incertezas que vieram com ela, os produtores rurais brasileiros – que, naquela época, reduziram as compras e o uso de fertilizantes – aumentaram a aquisição desses insumos em 2010. Com o real valorizado em relação ao dólar, o agricultor tem vantagem nas importações do insumo já que o Brasil chega a comprar de outros mercados até 90% do que consome, como é o caso do potássio.
“As importações de fertilizantes e defensivos estão ocorrendo em escala grande, com reposição de estoques, e favorecidas pelo câmbio, com o real valorizado”, afirmou o presidente da Câmara Temática de Insumos Agrícolas, Cristiano Walter Simon, durante reunião do grupo, hoje (14), no Ministério da Agricultura.
Em 2009, além da produção interna e das importações, foram comercializadas cerca de 3 milhões de toneladas de fertilizantes que sobraram de 2008. Por conta da crise financeira mundial, o ano em que, de acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), teve o melhor primeiro semestre da história em comercialização desses insumos, também apresentou o pior segundo semestre da história no mesmo quesito.
Em 2010, a produção brasileira de fertilizantes chegou a 9,3 milhões de toneladas, um aumento de 12% em relação às 8,3 milhões de toneladas do ano anterior. Mesmo com a maior oferta interna, as importações cresceram 38%, passando de 11 milhões de toneladas, em 2009, para 15,2 milhões de toneladas no ano passado.
O volume de fertilizantes comercializado em 2010 (24,5 milhões de toneladas) voltou ao patamar de 2007 (24,6 milhões de toneladas), ano anterior à crise mundial. Em 2008 e 2009, a quantidade comercializada no mercado brasileiro ficou em 22,4 milhões de toneladas em cada ano.
Em relação aos defensivos agrícolas, que incluem herbicidas, fungicidas e inseticidas, entre outros, Simon disse que os dados do ano passado ainda estão sendo consolidados e serão apresentados na próxima reunião da Câmara Temática de Insumos Agrícolas. Ele disse, no entanto, que, de janeiro a novembro de 2010, foram comercializados R$ 10,7 bilhões de defensivos e que a expectativa para este ano é de um comércio de R$ 12 bilhões.