O ano de 2010 foi um período de consolidação de resultados para os bancos mineiros, o que mostra que a crise financeira global, que afetou a oferta de crédito no país entre bancos pequenos e médios, ficou definitivamente para trás. No Bonsucesso, o lucro apurado no período foi de R$ 87,6 milhões e, no Mercantil do Brasil, de R$ 135,2 milhões. “O ambiente favorável aliado à nossa experiência de mercado propiciou um novo recorde de resultado”, observou o presidente do Bonsucesso, Paulo Henrique Pentagna Guimarães.
Com o lucro apurado, o patrimônio líquido do banco saiu de R$ 318 milhões para R$ 380,2 milhões. No Mercantil, o resultado operacional subiu de R$ 88,3 milhões para R$ 226,1 milhões e a rentabilidade sobre o patrimônio líquido alcançou 22%. “O expressivo resultado é fruto da expansão da carteira de crédito e do ganho obtido em ação judicial junto à União, relativo ao recolhimento a maior da Cofins nos últimos anos”, explica o vice-presidente do Mercantil, André Brasil.
No consignado, o principal negócio do Bonsucesso, o volume de empréstimos realizados foi recorde, atingindo R$ 1,9 bilhão no ano passado. Fazem parte dessa conta os convênios com o INSS e outros órgãos e também a plataforma de cartão de crédito consignado. O middle market, que oferece crédito para pequenas e médias empresas, cresceu 78% em comparação com dezembro de 2009. “Isso reflete os investimentos realizados na nossa plataforma em São Paulo. Originamos um volume de R$ 743,5 milhões ao longo de 2011 e encerramos o exercício com carteira de R$ 429 milhões nessas operações”, diz Guimarães. Este ano, por causa das medidas de contenção ao crédito anunciadas pelo Banco Central no fim de 2010, a meta é avançar 60% no middle market, com menor foco no consignado.
Em 2010, a carteira de crédito total do banco, incluindo os créditos cedidos com coobrigação, atingiu R$ 3,3 bilhões, crescimento de 40% em relação a dezembro de 2009. Já a carteira on-balance, aquela que fica em posse do banco, cresceu 43% em relação ao mesmo período em função da maior capacidade de retenção dos créditos originados.
André Brasil, do Mercantil, destacou o aumento de 47% da base de clientes, que já ultrapassaram a marca de um milhão. E também a expansão da carteira de operações de crédito, que cresceu 25%. “Esse número é relevante porque está bem acima da média do mercado, que fica em 20,5%. Um dos fatores determinantes para esse bom resultado foi que em 2009 conquistamos cinco lotes do leilão do INSS referentes aos estados de Minas Gerais e de São Paulo”, explica.
De acordo com ele, as medidas adotadas pelo Banco Central (BC) para conter o consumo não intimidam. Por isso mesmo, a instituição espera crescer mais 25% nas operações de crédito em 2011. “Nossa projeção é realista, baseada nos investimentos que estamos realizando”, afirmou. Como exemplo, o executivo citou as 17 novas agências, com investimentos da ordem de R$ 10 milhões. Deste total, oito já foram inauguradas nos municípios paulistas de Bauru, Presidente Prudente, Taubaté, São Bernardo do Campo, Diadema, Santo André, São José do Rio Preto e Sorocaba.