O corte de R$ 50 bilhões no Orçamento, anunciado na semana passada pelo governo, não representa uma reavaliação da política fiscal, segundo o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. Em reunião na Câmara, ele disse que o detalhamento de quanto vai ser reduzido nas despesas em cada órgão será detalhado pela área econômica.
"A política fiscal não deverá sofrer alterações”, ressaltou. “Ela está correta para o crescimento da economia, a geração de empregos, visualizando a queda da taxa de juros e o controle da inflação". Barbosa se encontrou na Câmara Federal com as bancadas do PSDB e do Democratas, para discutir o reajuste do salário mínimo.
O corte feito no Orçamento, segundo Nelson Barbosa, poderá permitir o cumprimento de um percentual maior no superávit primário. Segundo o secretário, a política de reajuste do salário mínimo vai permitir que, em 2012 (daqui a dez meses), o salário mínimo suba para R$ 616, com a correção de 13% (inflação mais crescimento do PIB).
Durante o encontro com os deputados, o representante do Democratas por Goiás, Ronaldo Caiado criticou a política econômica do governo dizendo que 16% dos municípios ficarão sem cumprir as metas da Lei de Responsabilidade Fiscal para o exercício de 2010.
Barbosa justificou que "por isso mesmo o governo não pode permitir um aumento superior a R$ 545 para o salário mínimo, pois acarretaria um peso muito grande para os cofres públicos dos três entes federativos".
Caiado afirmou ainda que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva "colocou os aposentados e pensionistas numa armadilha quando mandou que eles gastassem dinheiro, como fórmula de movimentar a economia".