A disparada nas cotações internacionais do algodão, puxadas por problemas climáticos que afetaram as exportações da Austrália e dos Estados Unidos, deve ter impacto em breve nos preços dos tecidos e de roupas no mercado doméstico. Segundo os produtores nacionais, a variação entre a última e a atual safra, que quadruplicou o valor da matéria-prima do setor têxtil, chegará aos consumidores na próxima estação (outono-inverno).
Parte das encomendas já foi feita nas tabelas antigas e 50% do segmento é abastecido por fibras sintéticas, atualmente mais baratas. %u201CNo resto do
Segundo ele, a cultura anualizada do algodão tem períodos de compra quase sempre descasados dos preços de varejo. Os valores médios do algodão em pluma no Brasil saltaram mais de 137% em janeiro, ante igual período do ano passado. A libra-peso do algodão em pluma está cotada a US$ 2,30 ante média histórica de US$ 0,65.
O Brasil vai colher, a partir de maio, a sua maior safra de algodão, estimada em 1,9 milhão de toneladas. A boa notícia reflete ganhos de produtividade e aumento de área plantada impulsionada pelo preço recorde do insumo. Até os anos 1990, a produção de algodão no Brasil concentrava-se no Paraná, em São Paulo e na Região Nordeste. Após esse período, aumentou a participação do cerrado, basicamente do Centro-Oeste. A região responde hoje por 75% do algodão brasileiro.
Três países são responsáveis por 64% das 25 milhões de toneladas a serem colhidas este ano no mundo. A China lidera com 6,4 milhões de toneladas, seguida de Índia (5,7 milhões) e Estados Unidos (4 milhões). O Brasil pode subir no ranking, passando do quarto para o terceiro lugar, dobrando a produção nesta década.