Eles enxergam longe novas oportunidades de negócio. No ano passado, fecharam com faturamento de quase R$ 16 bilhões, um crescimento de 31% em relação a 2009. Base forte que não intimida, pois a projeção para 2011 é alta de mais 25% nas vendas. Ou seja, se tem um segmento que está esbanjando otimismo com as novas tendências de consumo do brasileiro, envelhecimento da população e a ascensão das classes C e D é o ótico.
Os números são da Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica), que congrega indústrias, fabricantes, importadores e distribuidores, e acaba de finalizar sua segunda pesquisa de abrangência nacional. Hoje, existem 37 milhões de usuários de óculos de grau no país, e a referência é que outros 42 milhões sejam clientes em potencial – que ainda não sabem, mas precisam de algum tipo de correção para enxergar melhor. “Com o aumento do poder aquisitivo as pessoas passam a valorizar o conforto e o bem-estar, e se preocupam mais com a saúde. O faturamento do setor ótico já deu um salto considerável: passou de R$ 8,8 bilhões em 2006, para R$ 15,9 bilhões em 2010, mas ainda há muito o que expandir”, afirma o presidente da Abióptica, Bento Alcoforado.
Como combustíveis de crescimento do mercado, ele cita a demanda por exames oftalmológicos nas escolas e nas avaliações pré-admissionais e a mudança no perfil da pirâmide etária. “Ao passar dos 40 anos, todo mundo desenvolve presbiopia, popularmente conhecida como vista cansada. Uns mais cedo, outros mais tarde, mas é uma parcela ainda maior da população que vai precisar usar óculos”, comenta Alcoforado.
No entanto, os desafios ainda são muitos. Destaque para o combate à pirataria e à falsificação (principalmente de óculos de sol), que hoje chega a representar 40% das perdas do setor; e a falta de mão de obra qualificada, problema que é apontado como o maior entrave à expansão da produção nacional. Jean-Luc Lacastagneratte, proprietário da Clair Mont, uma das 10 fabricantes nacionais que sobreviveram à abertura do mercado aos óculos importados no início dos anos 1990, é enfático em dizer que é raridade para a indústria conseguir profissionais para atender as exigências do consumidor, que quer novidade sempre. “Muita mercadoria chinesa e coreana chega competitiva ao varejo brasileiro hoje. É preciso um mercado forte para competir com a qualidade deles. E o custo Brasil é muito alto, tínhamos que contar com mais incentivos e oferta de mão de obra para aprimorar nossas técnicas constantemente”, alfineta o empresário.
Diferenciais
Lugar cativo no mercado ótico nacional, a fábrica da Clair Mont fica em Montes Claros, no Norte de Minas, e é lá que vão ser produzidas as peças da próxima coleção do premiado designer de óculos Saulo Policarpo. A meta da empresa é aumentar a competitividade, apostando em qualidade e valorização do produto made in Brazil com materiais inovadores e exclusivos, como pedras, rendas, penas de aves, plumas, folhas e sementes. “A base é o acetato, mas acompanhamos a tendência e, de certa forma, ditamos moda ao buscar novos formatos e cores de óculos. Desenvolvemos produtos diferenciados, que não deixam em nada a desejar aos importados”, comentou Lacastagneratte. “O europeu usa roupas escuras e óculos coloridos, enquanto o brasileiro gosta mais de roupas alegres e óculos básicos. Mas as culturas estão se misturando, com mais pessoas viajando para fora. As mudanças de comportamento são visíveis”, garante o empresário.
Todos os looks
É mesmo fácil perceber que hoje muita gente opta por ter várias opções de óculos de grau, e também os solares, para combinar com o look do dia. Olímpio Soares, dono da rede de óticas Olímpio, confirma que grande parte de seus atuais clientes compra quatro, cinco unidades de uma só vez. Um deles é o engenheiro Wanderley Maia, que acaba de adquirir seu quinto par de óculos. “No meu caso, nem é por vaidade. É por praticidade. Gosto de deixar um no carro, um em casa, um no bolso etc. Sempre tenho que ter um na manga, porque, como não uso toda hora, vivo esquecendo em algum lugar. Já perdi dois”, comenta.
Os números são da Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica), que congrega indústrias, fabricantes, importadores e distribuidores, e acaba de finalizar sua segunda pesquisa de abrangência nacional. Hoje, existem 37 milhões de usuários de óculos de grau no país, e a referência é que outros 42 milhões sejam clientes em potencial – que ainda não sabem, mas precisam de algum tipo de correção para enxergar melhor. “Com o aumento do poder aquisitivo as pessoas passam a valorizar o conforto e o bem-estar, e se preocupam mais com a saúde. O faturamento do setor ótico já deu um salto considerável: passou de R$ 8,8 bilhões em 2006, para R$ 15,9 bilhões em 2010, mas ainda há muito o que expandir”, afirma o presidente da Abióptica, Bento Alcoforado.
Como combustíveis de crescimento do mercado, ele cita a demanda por exames oftalmológicos nas escolas e nas avaliações pré-admissionais e a mudança no perfil da pirâmide etária. “Ao passar dos 40 anos, todo mundo desenvolve presbiopia, popularmente conhecida como vista cansada. Uns mais cedo, outros mais tarde, mas é uma parcela ainda maior da população que vai precisar usar óculos”, comenta Alcoforado.
No entanto, os desafios ainda são muitos. Destaque para o combate à pirataria e à falsificação (principalmente de óculos de sol), que hoje chega a representar 40% das perdas do setor; e a falta de mão de obra qualificada, problema que é apontado como o maior entrave à expansão da produção nacional. Jean-Luc Lacastagneratte, proprietário da Clair Mont, uma das 10 fabricantes nacionais que sobreviveram à abertura do mercado aos óculos importados no início dos anos 1990, é enfático em dizer que é raridade para a indústria conseguir profissionais para atender as exigências do consumidor, que quer novidade sempre. “Muita mercadoria chinesa e coreana chega competitiva ao varejo brasileiro hoje. É preciso um mercado forte para competir com a qualidade deles. E o custo Brasil é muito alto, tínhamos que contar com mais incentivos e oferta de mão de obra para aprimorar nossas técnicas constantemente”, alfineta o empresário.
Diferenciais
Lugar cativo no mercado ótico nacional, a fábrica da Clair Mont fica em Montes Claros, no Norte de Minas, e é lá que vão ser produzidas as peças da próxima coleção do premiado designer de óculos Saulo Policarpo. A meta da empresa é aumentar a competitividade, apostando em qualidade e valorização do produto made in Brazil com materiais inovadores e exclusivos, como pedras, rendas, penas de aves, plumas, folhas e sementes. “A base é o acetato, mas acompanhamos a tendência e, de certa forma, ditamos moda ao buscar novos formatos e cores de óculos. Desenvolvemos produtos diferenciados, que não deixam em nada a desejar aos importados”, comentou Lacastagneratte. “O europeu usa roupas escuras e óculos coloridos, enquanto o brasileiro gosta mais de roupas alegres e óculos básicos. Mas as culturas estão se misturando, com mais pessoas viajando para fora. As mudanças de comportamento são visíveis”, garante o empresário.
Todos os looks
É mesmo fácil perceber que hoje muita gente opta por ter várias opções de óculos de grau, e também os solares, para combinar com o look do dia. Olímpio Soares, dono da rede de óticas Olímpio, confirma que grande parte de seus atuais clientes compra quatro, cinco unidades de uma só vez. Um deles é o engenheiro Wanderley Maia, que acaba de adquirir seu quinto par de óculos. “No meu caso, nem é por vaidade. É por praticidade. Gosto de deixar um no carro, um em casa, um no bolso etc. Sempre tenho que ter um na manga, porque, como não uso toda hora, vivo esquecendo em algum lugar. Já perdi dois”, comenta.