O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, reconheceu nesta sexta-feira que há dificuldades nas relações entre Brasil e China em decorrência da baixa cotação da moeda que afeta as negociações comerciais entre os dois países. No entanto, o chanceler disse que há “mecanismos apropriados para as discutir”. Patriota está em Pequim onde organiza a visita da presidenta Dilma Rousseff que irá à China em abril.
“Reconhecemos que possa haver algumas dificuldades devido à taxa de câmbio [do yuan], mas os dois países têm os mecanismos apropriados para as discutir e não querem perder de vista o conjunto das relações”, afirmou Patriota. As informações são da agência pública de Portugal, Lusa.
Para empresários brasileiros, o yuan está “artificialmente subavaliado” para favorecer as exportações chinesas. “O Brasil deseja diversificar as exportações
A China é o maior parceiro comercial do Brasil, com intercâmbio de US$ 56 bilhões em 2010, representando um crescimento de 55,1% em relação a 2009. O saldo comercial é favorável ao Brasil, tendo alcançado mais de US$ 5 bilhões no ano passado. Em 2010, a China foi o maior investidor estrangeiro no Brasil.
Em entrevista coletiva concedida hoje, Patriota afirmou que Brasil e China “têm uma verdadeira parceria estratégica” e que “ambos os governos desejam promover as relações em um nível mais alto”. Por dois dias, o chanceler se reuniu com o ministros das Relações Exteriores da China, Yang Jiechi, e do Comércio, Chen Deming, além do primeiro-ministro, Wen Jiabao. Segundo Patriota, tanto o governo da China quanto do Brasil “querem ampliar as relações bilaterais”.
A visita de Dilma à China está marcada para os dias 13, 14 e 15 de abril. Há previsão de reuniões com o presidente da China, Hu Jintao, ministros e executivos chineses. A principal questão a ser abordada deve ser a queixa dos empresários brasileiros, que reclamam do baixo preço dos produtos chineses que chegam ao Brasil.
Também há negociações para mais parcerias nas áreas de minério de ferro e aço do Brasil para a China. Nos três dias em que estiver no país asiático, Dilma participará também de uma reunião com os líderes da Índia, Rússia, além da África do Sul, que passará a integrar oficialmente o bloco do Bric.