A renda per capita do Brasil ultrapassou a do México no ano passado, indicam dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados recentemente pelos dois países. Nessa quinta-feira, o IBGE informou que o PIB brasileiro cresceu 7,5% em 2010. Desta forma, o PIB atingiu R$ 3 675 trilhões, ou US$ 2,089 trilhões pelo câmbio médio no ano. O PIB por habitante subiu para R$ 19.016, ou aproximadamente US$ 10.814.
O Brasil, um país consideravelmente maior do que o México, quase sempre teve uma economia maior, com exceção de alguns anos no início dos anos 2000, quando a economia mexicana passou por um boom por causa do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), ao mesmo tempo em que o real era desvalorizado por uma crise financeira no Brasil.
A proximidade com os EUA ajudou a manter o México na liderança da renda por décadas, de acordo com números do PIB per capita do Banco Mundial. O Banco Mundial calcula que os dois países basicamente tinham o mesmo nível de renda per capita em 2009, quando a economia do México sofreu uma contração de 6,1% em meio à queda da demanda dos EUA, enquanto o PIB do Brasil encolheu apenas 0,6%.
O câmbio também teve um impacto nos números dos dois países: o real brasileiro se fortaleceu no ano passado mais do que nos anos anteriores, enquanto o peso do México continuou enfraquecido.
Economistas afirmam que a mudança reflete tendências que prevalecem há vários anos, com o Brasil emergindo como um poder econômico global, enquanto o México se arrasta num ambiente político que se provou hostil a algumas reformas econômicas e sofre com a violência relacionada ao narcotráfico.
"Outro fator que beneficia o Brasil é que a taxa de crescimento potencial é mais alta do que a do México", disse Alfredo Coutiño diretor para América Latina da Moody's Analytics. "Diria que, nos próximos anos, a economia brasileira pode facilmente crescer a uma taxa média de 5% sem criar qualquer problema, enquanto, no México, 3,5% seria o crescimento máximo."
Em dólares, o PIB per capita do Brasil está entre os quatro mais altos da América Latina, juntamente com Chile, México e Uruguai, segundo o Banco Mundial.
O Brasil é considerado a oitava maior economia do mundo, disse Coutiño. Muitos esperam que suba para o quinto lugar, superando Itália, Reino Unido e França, com o crescimento econômico dos emergentes superando o dos países desenvolvidos.