A relação econômica com o mercado chinês, maior parceiro comercial do país, motivou o governo brasileiro a criar o Grupo China, reunindo técnicos do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A informação é do secretário executivo do MDIC, Alessandro Teixeira.
É a primeira vez, segundo ele, que o governo cria um grupo interministerial com a função de estudar a relação comercial com um determinado país. “Isso foi comandado pelo ministro Fernando Pimentel [MDIC] e pelo ministro [Antônio] Patriota [MRE], por ordem direta da presidenta [Dilma Rousseff], para que se tenha um trabalho específico de buscar cooperação com a China”, afirmou.
Teixeira destacou que o mercado chinês representa um desafio em termos de parceria e na busca de nichos para exportação.“Estamos consolidando a formação do Grupo China dentro do governo, para termos uma estratégia
Para ele, a situação chinesa demanda estratégias inovadoras de inserção comercial. “A China hoje é um fator diferente. Porque ela produz qualquer produto com a metade do custo da média mundial. Então isso é um problema para o Brasil e também para os outros países. Haverá setores que vão perder competitividade e podem ter problemas. É o caso de brinquedos, têxtil e vestuário. Só vamos conseguir ganhar mercado se nos especializarmos em nichos.”
O secretário participou do Projeto Carnaval da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex), que transformou um camarote no Sambódromo do Rio em um verdadeiro ambiente de negócios, trazendo 150 empresários de diversos países para conversarem, de forma informal e descontraída, com empresários brasileiros do comércio exterior.
A corrente de comércio Brasil-China fechou 2010 em US$ 56,3 bilhões, um crescimento de US$ 20 bilhões sobre o resultado alcançado em 2009. No ano passado, o Brasil foi superavitário em US$ 5,1 bilhões, mas cerca de 68% das exportações brasileiras estão concentradas em minério de ferro e soja. Já os chineses exportam para o Brasil principalmente produtos de alta tecnologia, sendo 30% eletroeletrônicos, especialmente componentes de informática e telefonia.