O governo da China anunciou que vai investir cerca de US$ 200 bilhões na construção ou renovação de 10 milhões de casas populares, para contrabalançar o forte aumento de preços no mercado imobiliário do país.
Em janeiro, o preço de novas casas subiu em relação a um ano atrás em 68 de 70 cidades chinesas acompanhadas pelo governo. A preocupação é que o ritmo da inflação incentive a especulação imobiliária e vice-versa, levando a uma bolha no mercado. As casas subiram em janeiro a um ritmo anual de 6,8% em Pequim – onde o metro quadrado pode chegar a US$ 3 mil – e 1,5% em Xangai.
Analistas esperam que a entrada de novas casas no mercado tenha impacto, já que o número de residências anunciadas nesta quarta-feira pelo governo chinês – 10 milhões – representa mais da metade do número de unidades construídas no ano passado.
Esse total inclui quatro milhões de residências de baixa qualidade que devem ser renovadas. "Queremos que o atual fornecimento limitado de imóveis seja direcionado para os consumidores que mais precisam de casa própria. Esta é a razão básica por que impusemos medidas regulatórias no mercado", disse o vice-ministro de Habitação do governo chinês, Qi Ji.
"Se os preços dos imóveis não puderem ser estabilizados, se a meta das habitações de baixo custo não for atingida, e se o desenvolvimento social e a estabilidade forem afetados, as autoridades competentes serão investigadas convocadas a fim de assumir sua responsabilidade."
O anúncio desta quarta-feira é parte do compromisso de governo de levantar 36 milhões de residências de baixo custo nos próximos cinco anos, assumido no âmbito do seu plano quinquenal 2011-2015, que está sendo debatido pelo Congresso anual do Partido Comunista chinês.
O correspondente da BBC em Xangai, Chris Hogg, disse que os preços dos imóveis têm subido tanto na China que "está ficando mais e mais difícil para as famílias comprar mesmo que seja um pequeno apartamento".
Segundo o repórter, o governo chinês tem respondido a esse fenômeno com medidas para tentar conter a especulação e desincentivar a compra e venda de imóveis secundários. Empresas de construção já expressaram sua preocupação com o impacto das novas casas em seus lucros.