O Banco Central (BC) identificou no cenário econômico brasileiro atual riscos elevados para a convergência da inflação para o centro da meta deste ano, de 4,5%. Para o BC, prevalece um nível de incerteza “acima do usual” e o cenário de inflação não evoluiu favoravelmente. A análise aparece na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), quando a Selic (a taxa básica de juros da economia) subiu 0,50 ponto porcentual, de 11,25% para 11,75% ao ano. No documento, divulgado na manhã desta quinta-feira, os diretores do BC advertem que há uma influência “ambígua” do cenário internacional sobre o comportamento da inflação no Brasil.
“Desde a última reunião, no âmbito externo, fatores de estímulo e seus reflexos sobre preços de ativos apontam menor probabilidade de reversão do processo de recuperação em que se encontram as economias do G-3”, destaca a ata, em referência às três maiores economias do mundo.
Em relação ao Brasil, os integrantes do Copom avaliam que as medidas macroprudenciais recentemente implementadas e as ações convencionais de política monetária ainda terão seus efeitos incorporados à dinâmica dos preços. Para o BC, as medidas são um instrumento “rápido e potente” para conter pressões localizadas de demanda.
“Embora as incertezas que cercam o cenário global e, em menor escala, o doméstico, não permitam identificar com clareza o grau de perenidade de pressões recentes, o Comitê avalia que o cenário prospectivo para a inflação não evoluiu favoravelmente", avalia o Copom. No novo ciclo da alta dos juros, o BC já subiu a Selic em um ponto porcentual: 0,50 ponto porcentual em janeiro e 0,50 ponto porcentual na reunião da semana passada.