Os preços do petróleo caíram nesta quinta-feira em Nova York e Londres, já que os temores sobre a economia sobrepuseram-se à tensão geopolítica no mundo árabe.
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em abril fechou em 102,70 dólares, em queda de 1,68 dólar em relação à quarta-feira.
No Intercontinental Exchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte com o mesmo vencimento perdeu 51 centavos, a 115,43 dólares. "A atenção dos investidores variou hoje, afastando-se dos acontecimentos no norte da África e no Oriente Médio", declarou Matt Smith, da Summit Energy.
Apesar da continuação dos confrontos na Líbia, o mercado cedeu diante da acumulação de notícias macroeconômicas decepcionantes: inesperado déficit comerical na China, queda da nota da Espanha por parte da agência Moody's, o que fez o euro recuar e o dólar avançar, aumentando os temores sobre a economia do Velho Continente.
A China, motor da demanda por energia, anunciou seu primeiro déficit comercial em cerca de um ano. Os preços em forte baixa de algumas matérias-primas também tiveram destaque. "Para o mercado, é um sinal de que a economia chinesa desacelera e que isso afetará a demanda por petróleo", afirmou Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.
Depois de cair mais de 100 dólares, o barril de WTI subitamente apagou suas perdas diante das informações de que a polícia saudita tinha disparado contra manifestantes.
Três xiitas ficaram feridos nesta quinta-feira em Al Qatif, no leste da Arábia Saudita, por disparos da polícia contra centenas de manifestantes que pediam a libertação de prisioneiros, informou uma testemunha à AFP.
O leste da Arábia Saudita é a principal região petroleira do país, o maior produtor da Opep (Organização de Países Exportadores de Petróleo), lembrou Andy Lipow. Finalmente, durante a última hora de operações no mercado nova-iorquino, o preço do WTI voltou a cair.