Autoridades do Ministério das Finanças do Japão e do banco central disseram nesta sexta-feira que estão sendo avaliadas várias opções para levantar recursos para o trabalho de reconstrução e para lidar com o impacto econômico do forte terremoto que atingiu o país hoje. Poucas horas após o tremor, o Banco do Japão (BOJ, o banco central do país) anunciou a formação de uma equipe para administração do desastre, comandada pelo presidente do BOJ, Masaaki Shirakawa. O BC também se preocupou em conter as preocupações do mercado anunciando que está pronto para dar liquidez ao mercado interbancário. A reunião de política monetária de dois dias da segunda-feira foi reduzida para um único dia.
"O banco continuará a fazer o máximo, o que inclui a oferta de liquidez, para garantir a estabilidade dos mercados financeiros e garantir a liquidação estável dos fundos nas próximas semanas" disse o banco central em nota. A instituição informou ainda que "continuará avaliando os possíveis impactos do terremoto no mercado financeiro, assim como nas operações das instituições financeiras, e está pronta para tomar uma ação se necessário".
O Ministério das Finanças informou que avalia os gastos necessários para reconstrução e considera incluí-los em um orçamento extraordinário. "Não ficaremos contando dinheiro quando a vida das pessoas está em perigo", disse uma autoridade do ministério, enfatizando que o governo irá gastar o que for necessário para ajudar as vítimas do acidente.
O governo deverá utilizar primeiramente cerca de 200 bilhões de euros de recursos de emergência do orçamento do atual ano fiscal que termina em 31 de março, afirmaram autoridades do Ministério das Finanças. Segundo as fontes, o orçamento proposto para o próximo ano fiscal tem 350 bilhões de ienes em recursos para gastos com desastres naturais e 810 bilhões de ienes em recursos para gastos com medidas econômicas de emergência.
Se houver qualquer instabilidade nos mercados na segunda-feira, o BOJ pode injetar um grande montante de recursos para curto prazo no mercado, para dar apoio aos operadores financeiros, disseram analistas. Outra medida possível é a expansão da linha de 5 trilhões de ienes para a compra de bônus do governo e do setor privado. A linha é parte de um pacote de medidas de flexibilização monetária anunciado em outubro.
Tomando por base os dias seguintes ao terremoto de Kobe, em janeiro de 1995, os gastos com medidas para salvaguardar vidas e acomodar vítimas ficou em cerca de 15 bilhões de ienes nas semanas seguintes ao desastre.