Há um mês e meio acima da barreira dos US$ 100 o barril, a cotação internacional do petróleo passa ao largo dos preços internos dos principais combustíveis vendidos no País: gasolina, diesel e GLP. Na expectativa de uma reversão rápida do conflito no norte da África, a Petrobras mantém a intenção de não repassar a alta ao preço de refinaria.
"Nossa política aqui não vai mudar. Não há previsão de reajuste de preço, quer seja no diesel, na gasolina ou no GLP", afirmou o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, em entrevista à Agência Estado.
O executivo argumenta que a companhia monitora a evolução internacional e trabalha com um limite para a cotação, que não quis revelar. Quando começou a seguir a política de descolamento com o mercado internacional, a estatal havia estipulado um limite de três meses para o cálculo da média de preços e a fixação de novos patamares, mas na prática não seguiu essa fórmula.
Costa, falando por hipótese, comenta que uma elevação do petróleo a US$ 150 exigiria uma reação "urgente" no mercado doméstico, mas não revela os parâmetros que estão sendo usados pela Petrobras, alegando que se trata de uma estratégia interna. "O tempo (limite para deflagrar um repasse) varia de acordo com o preço. Não dá para dizer que a cada três meses teremos uma variação em relação ao mercado internacional. Se o petróleo bater, daqui a pouco, US$ 150 o barril, obviamente vamos ter de pensar numa coisa urgente para resolver isso."