O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou que a situação no Japão tenha adiado o anúncio de medidas na área de câmbio pelo governo brasileiro. Há uma expectativa de que o governo divulgue novos instrumentos de política cambial como forma de evitar que o desequilíbrio entre o dólar e o real se acentue.
“Não tem nada a ver uma coisa com a outra”, disse Mantega ao chegar ao Ministério da Fazenda nesta manhã. Especialistas já debatem os efeitos na economia global da tragédia que atingiu o Japão após o terremoto da semana passada.
Desde que o Brasil ganhou destaque no mercado internacional pela forma como saiu da crise, os investidores estrangeiros têm buscado refúgio no país para suas aplicações, sejam elas de longo ou curto prazos, inundando o mercado brasileiro da moeda estrangeira. Com isso, o governo brasileiro tem procurado adotar medidas na tentativa de manter o equilíbrio no mercado interno. Ontem (14) o dólar fechou em leve queda ante ao real.
No ano passado, como medida para conter a sobrevalorização do real ante o dólar, o governo estabeleceu uma nova alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que passou de 2% para 4%.
Este ano, o governo anunciou que voltaria, depois de um ano e oito meses, a comprar dólares no mercado futuro para reverter a queda do dólar no mercado interno. Em fevereiro, diante de nova pressão do real sobre a moeda norte-americana, cresceram as expectativas com relação a adoção de novas medidas depois do carnaval.