Um levantamento da Prefeitura do Rio estima que, até 2016, o setor de petróleo deve gerar 75 mil novos empregos na cidade. “Hoje não está sendo necessário ir atrás das empresas. Elas estão buscando o Rio para se instalar”, afirma à BBC Brasil o secretário municipal de Desenvolvimento, Felipe Góes.
“O setor de pesquisa e desenvolvimento gera empregos de alto padrão, que levam a impactos positivos na economia”, acrescenta Góes. “Esse é o tipo de emprego que nos interessa atrair para a cidade.”
O diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, Maurício Guedes, estima que 4 mil empregos serão gerados apenas no local até 2014, quando as novas instalações previstas no parque deverão estar prontas.
O parque foi criado em 2003, e a expectativa era de que as obras fossem concluídas até 2023, mas agora restam apenas três terrenos livres. O parque tecnológico está sendo construído dentro da área do campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na ilha do Fundão.
“Há dois anos estamos recebendo uma avalanche de empresas interessadas em se instalar aqui”, conta Guedes. Uma delas é a British Gas, antecipa Felipe Góes. “Estamos finalizando as negociações e até meados de março devemos ter uma decisão da BG”, afirma.
Ambiente
A primeira multinacional a ter seu centro de pesquisa inaugurado no parque tecnológico foi a Schlumberger, em novembro.
“A localização de nossos centros de pesquisa prioriza a proximidade com nossos clientes e o meio acadêmico”, diz Attilio Pisoni, gerente do novo empreendimento.
“O parque tecnológico combina esses dois aspectos, criando um ambiente ideal para o estímulo à qualidade dos estudos científicos, com acesso a profissionais e ao meio acadêmico.”
Em novembro do ano passado, a Prefeitura comemorou a escolha do Rio para sediar o quinto centro de pesquisas mundial da GE, cortejado também por São José dos Campos, no interior de São Paulo.
A empresa vai investir US$ 150 milhões na construção do centro, que incluirá um núcleo de qualificação para funcionários e clientes. Para Alexandre Alfredo, diretor de relações institucionais da GE, a proximidade da UFRJ ajudará a empresa a encontrar os funcionários de que precisa.
“Não queremos importar talento, queremos profissionais que entendam o país e as necessidades locais de nossos clientes”, diz. A GE planeja contratar 200 pesquisadores e engenheiros para o centro, cuja construção deve começar até o fim do mês e levar de 12 a 18 meses.
Graduação
A demanda por cursos ligados à exploração de petróleo também tem aumentado, de acordo com Segen Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe-UFRJ.
“O vestibular para engenharia do petróleo tem demanda equivalente a medicina”, afirma Estefen. Áreas como engenharia mecânica, naval e oceânica também têm sido mais procuradas.
“O mercado está muito aquecido”, acrescenta o diretor da Coppe. “Um aluno que faz pesquisa em uma área especializada, como tecnologia submarina, sai com emprego imediato.”
Alexandre Alfredo diz que a GE está firmando parcerias com 20 universidades do Brasil para incentivar a formação e atrair profissionais.
Na semana passada, a Chevron Brasil Petróleo assinou um acordo com a PUC-Rio para investir R$ 2 milhões no curso de engenharia de petróleo nos próximos dois anos. Os recursos serão usados em equipamentos para laboratórios, bolsas de estudo para estudantes e um programa de tutoria para trabalhos de conclusão de curso.