Os preços do petróleo subiram nesta quarta-feira em Londres e Nova York, diante da persistente tensão no Oriente Médio, atenuada pelos temores sobre a crise nuclear no Japão.
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação do "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em abril fechou em 97,98 dólares, em alta de 80 centavos em relação a terça-feira.
No IntercontinentalExchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte com igual vencimento ganhou 2,10 dólares, a 110,62 dólares. Trata-se de uma leve recuperação em relação às perdas da véspera - o barril de WTI tinha perdido cerca de 4 dólares - depois de subir mais de 2 dólares na sessão.
"Há dois fatores dominantes, Japão e a rebelião latente no Oriente Médio", explicou Matt Smith, da Summit Energy. Em um primeiro momento, os preços tinham sido empurrados para cima pelas violentas manifestações no Bahrein.
"Isso realmente inquieta o mercado, devido à proximidade do Bahrein com a Arábia Saudita, e à intervenção das tropas sauditas. Os investidores temem uma eventual ampliação dos distúrbios para a Arábia Saudita, diretamente nas regiões chave para a produção de petróleo", indicou Matt Smith.
A Arábia Sautida é um dos maiores produtores mundiais de petróleo, o primeiro no seio da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep). Mas o avanço dos preços do petróleo foi freado por crescentes temores de que a ameaça nuclear se concretize no Japão.
O comissário europeu da Energia, Gunther Oettinger, reiterou sua preocupação nesta quarta-feira sobre a situação na central nuclear japonesa de Fukushima, citando uma "verdadeira catástrofe" e reafirmando que a crise não foi controlada.
Os temores de que a demanda de petróleo caia no Japão, terceiro maior importador mundial, depois do terrível terremoto de sexta-feira e da crise nuclear provocada, pesam fortemente sobre os preços do petróleo. "O mercado oscila, concentrando-se de forma alternativa nos riscos sobre a demanda e oferta, e isso cria volatilidade", observou Phil Flynn.