As Bolsas asiáticas fecharam em alta, recuperando-se nesta quarta-feira, lideradas por Tóquio, mas isso não foi suficiente para tranquilizar as praças europeias e americanas, que retrocederam ante o agravamento da crise nuclear no Japão.
O índice Nikkei da Bolsa de Tóquio fechou em forte alta de 5,68%, com os investidores correndo para os títulos em liquidação, depois de uma queda de 10,55% - a terceira maior desde sua fundação, há mais de meio século.
O Banco do Japão injetou na economia 3,5 trilhões de ienes (US$ 43,3 bilhões) no sistema financeiro, depois de oferta de 8 bilhões de dólares na terça e um recorde de 15 bilhões na segunda-feira, para acalmar o mercado.
As praças da região acompanharam a tendência. A Bolsa de Sidney subiu 0,65%, a de Xangai, 1,19%; Seul, 1,77%; Taipei, 1,09% e Hong Kong, 0,10%. Isso não foi suficiente para tranquilizar os investidores na América e na Europa.
A Bolsa de Nova York fechou em forte baixa: o Dow Jones perdeu 2,04% na terceira semana consecutiva de queda e o Nasdaq, 1,89%.
Como sinal do nervosismo do mercado, os índices acentuaram bruscamente a tendência à baixa, quando o comissário europeu da Energia, Gunther Oettinger, afirmou que a situação já não estava sob controle, depois de ter feito declarações semelhantes na terça.
Na segunda metade do pregão, o mercado aumentou as perdas quando as autoridades nucleares americanas anunciaram que a piscina de resfriamento do reator 4 de Fukushima já não continha água, liberando, em consequência, níveis "extremamente elevados" de radiação.
As Bolsas latino-americanas não ficaram alheias aos temores sobre o Japão. A Bolsa de São Paulo caiu 1,50%; a do México perdeu 0,99% e Buenos Aires, 2,01%.
As principais praças europeias também haviam fechado com fortes perdas. O índice Footsie dos 100 principais valores da Bolsa de Londres perdeu 1,70%. Em Frankfurt, o índice Dax cedeu 2,01% e o CAC-40 da Bolsa de Paris retrocedeu por sua vez 2,23%. Em Madri, o índice Ibex-35 dos principais valores perdeu 2,30%.
A crise no Japão não afetou o iene, que registrou um recorde histórico ante o dólar, desde a Segunda Guerra Mundial, para ser cotado a 76,52 unidades, superando o nível máximo precedente de abril de 1995.