O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que "há uma fragilidade da recuperação da economia global" devido a vários fatores, inclusive, mais recentemente, à tragédia ocorrida na semana passada no Japão. Tombini, que participou nesta quinta-feira da cerimônia de posse do novo presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, afirmou que um dos motivos que causam incerteza para a retomada da expansão firme da economia mundial é "o choque dos preços de commodities" que é registrado em todo o mundo.
Esse fenômeno, segundo ele, está provocando muitas pressões inflacionárias em países emergentes. "Desde agosto, as commodities agrícolas tiveram alta de mais de 50%, o que causou preocupação nos bancos centrais do mundo." O presidente do BC também destacou que desde que começou a recente onda de movimentos sociais clamando por democracia em países do Oriente Médio o preço do barril de petróleo subiu cerca de 25%.
Tombini ressaltou que o recente terremoto no Japão provocou grande dose de incertezas no mercado internacional. Segundo ele, no curto prazo, pode até ocorrer certo movimento de repatriação de recursos para aquele país, com o objetivo de ajudar na reconstrução das áreas destruídas. Mas ele disse que tal fato, se ocorrer, não deve trazer impactos significativos ao Brasil.
Tombini destacou que as incertezas que hoje existem na economia global não devem dar espaço para a passividade da autoridade monetária. Assim, exigem um processo de análise mais profundo com o objetivo de tomar decisões importantes de forma precisa.