A Gol é a nova líder do mercado doméstico de aviação, com participação de 39,77% nas vendas do setor, o que representa um crescimento de 4,4% na comparação com o mesmo período de 2010. Dados divulgados ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostraram que, pela primeira vez desde o início da série histórica, a TAM perdeu o posto de número um no país, com 39,59% dos voos. A queda ocorreu dois meses depois de a companhia causar sérios transtornos aos passageiros, sobretudo durante as festas de fim de ano. Dezembro ficou marcado como um período de filas nos guichês da ex-líder bem como de queixas dos usuários, principalmente pela prática de overbooking. Apesar de não ter havido punição por parte das autoridades, os viajantes deixaram claro o descontentamento.
Em nota, a Gol atribuiu o bom desempenho à estabilidade da economia brasileira e ao fortalecimento da classe média brasileira, que já representa 47% dos clientes da companhia. A nova líder transporta mais de 90 mil passageiros em cerca de 900 voos diários, para 51 destinos em todo o país. “Os números da Anac mostram que estamos no caminho certo e que o nosso modelo de negócios é o mais adequado à realidade do Brasil”, afirmou o presidente da empresa, Constantino de Oliveira Junior. Já o presidente da TAM, Líbano Barroso, garantiu que “a liderança de mercado é desejável, porém, não é uma meta que a empresa busca a qualquer custo”.
Crescimento geral
Todas as demais companhias também cresceram: a Azul passou a deter 7,96% do mercado; a Webjet, 5,89%; a Trip, 2,77%; e a Avianca, 2,58%. O levantamento da Anac indicou ainda que o volume de passageiros transportados cresceu 9,34% no mês passado, em comparação a igual período de 2010. O crescimento da demanda dos brasileiros esbarra, contudo, nas péssimas condições da infraestrutura do setor. Para solucionar esse gargalo, a presidente Dilma Rousseff, conforme entrevista ao jornal Valor Econômico, pretende transferir a administração dos aeroportos para o setor privado na forma de concessões. A Infraero, agora sob o comando de Gustavo do Vale, perderá espaço e ficará subordinada à Secretaria de Aviação Civil, que será criada no fim deste mês com status de ministério, com a missão de salvar o país do caos aéreo anunciado para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Adyr da Silva, professor da Universidade de Brasília (UnB) e ex-presidente da Infraero, classificou a proposta de concessões para o setor privado como um “sonho de uma noite de verão”, devido à dificuldade de ser implementado. “A ideia é boa, mas, com o emaranhado de leis no Brasil, o processo levará anos para virar realidade. Basta observar a situação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, próximo a Natal, que se arrasta há anos sem ter saído a concessão”, alertou.
Já o consultor da Ernest & Young Luiz Cláudio Campos acredita que a concessão do novo aeroporto de Natal sairá até o fim deste semestre e, no entender dele, será um marco para o setor. “A participação do setor privado pode se dar de três formas: concessão; parceria público-privada; e abertura de capital da Infraero”, explicou Campos. O professor de economia da Trevisan Alcides Leite também considera positivo o modelo de concessões, pois o governo não tem caixa suficiente para bancar sozinho a expansão da infraestrutura. “Isso já deveria ter sido feito no governo passado. Estamos atrasados em pelo menos cinco anos e a consequência é que os aeroportos não suportam a demanda atual”, disse.
Em nota, a Gol atribuiu o bom desempenho à estabilidade da economia brasileira e ao fortalecimento da classe média brasileira, que já representa 47% dos clientes da companhia. A nova líder transporta mais de 90 mil passageiros em cerca de 900 voos diários, para 51 destinos em todo o país. “Os números da Anac mostram que estamos no caminho certo e que o nosso modelo de negócios é o mais adequado à realidade do Brasil”, afirmou o presidente da empresa, Constantino de Oliveira Junior. Já o presidente da TAM, Líbano Barroso, garantiu que “a liderança de mercado é desejável, porém, não é uma meta que a empresa busca a qualquer custo”.
Crescimento geral
Todas as demais companhias também cresceram: a Azul passou a deter 7,96% do mercado; a Webjet, 5,89%; a Trip, 2,77%; e a Avianca, 2,58%. O levantamento da Anac indicou ainda que o volume de passageiros transportados cresceu 9,34% no mês passado, em comparação a igual período de 2010. O crescimento da demanda dos brasileiros esbarra, contudo, nas péssimas condições da infraestrutura do setor. Para solucionar esse gargalo, a presidente Dilma Rousseff, conforme entrevista ao jornal Valor Econômico, pretende transferir a administração dos aeroportos para o setor privado na forma de concessões. A Infraero, agora sob o comando de Gustavo do Vale, perderá espaço e ficará subordinada à Secretaria de Aviação Civil, que será criada no fim deste mês com status de ministério, com a missão de salvar o país do caos aéreo anunciado para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Adyr da Silva, professor da Universidade de Brasília (UnB) e ex-presidente da Infraero, classificou a proposta de concessões para o setor privado como um “sonho de uma noite de verão”, devido à dificuldade de ser implementado. “A ideia é boa, mas, com o emaranhado de leis no Brasil, o processo levará anos para virar realidade. Basta observar a situação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, próximo a Natal, que se arrasta há anos sem ter saído a concessão”, alertou.
Já o consultor da Ernest & Young Luiz Cláudio Campos acredita que a concessão do novo aeroporto de Natal sairá até o fim deste semestre e, no entender dele, será um marco para o setor. “A participação do setor privado pode se dar de três formas: concessão; parceria público-privada; e abertura de capital da Infraero”, explicou Campos. O professor de economia da Trevisan Alcides Leite também considera positivo o modelo de concessões, pois o governo não tem caixa suficiente para bancar sozinho a expansão da infraestrutura. “Isso já deveria ter sido feito no governo passado. Estamos atrasados em pelo menos cinco anos e a consequência é que os aeroportos não suportam a demanda atual”, disse.