Os alojamentos da Enesa Engenharia S.A, uma das empresas que atuam no canteiro de obras da hidrelétrica de Jirau, a 77 quilômetros Porto Velho, em Rondônia, foram atacados hoje. Não houve feridos. O relato dos funcionários da Enesa é de que eles tinham recebido um aviso de que se voltassem a trabalhar hoje, o alojamento seria incendiado. A ameaça se confirmou.
Os cerca de 1.300 funcionários tinham deixado o canteiro de obras, temendo confronto como o ocorrido ontem e na terça-feira, com funcionários da Camargo Correa. Mas a Enesa conseguiu fazer com que eles voltassem ao trabalho. A primeira versão era de que o incêndio teria sido provocado por um curto circuito, mas os funcionários descartam essa possibilidade. "Foi um ato criminoso. Ninguém tem nada a ver com o problema da Camargo (Corrêa), disse Sadinoel de Lima, mestre de transportes da Enesa.
O complexo de Jirau tem cerca de 22 mil funcionários e está todo parado, depois do quebra-quebra ocorrido desde a última terça-feira. A Força Nacional acionada pelo governo federal, para garantir segurança aos trabalhadores, com 35 homens, já está no local.
A informação de que a Camargo Corrêa teria acionado vários ônibus para o deslocamento dos funcionários, na tentativa de evitar novos confrontos, foi confirmada em parte. Cerca de 20 mil tiveram que fazer o percurso de 5 quilômetros a pé, porque não havia ônibus suficiente.
Santo Antônio
As obras da hidrelétrica de Santo Antônio, que junto com Jirau forma o complexo hidrelétrico do Rio Madeira (RO), também foram paralisadas hoje. O consórcio construtor afirmou, em nota, que a decisão foi tomada para garantir a segurança dos trabalhadores. Cerca de 15 mil pessoas trabalham no local. A decisão foi tomada por conta dos conflitos ocorridos nos últimos dias na hidrelétrica de Jirau.
"A decisão é preventiva e visa a garantir a segurança e o bem estar dos trabalhadores. As atividades serão retomadas assim que houver a normalização do ambiente na região", afirma a nota. O Consórcio Santo Antônio Civil (CSAC) é formado pela Andrade Gutierrez e a construtora Norberto Odebrecht.