Nesta terça-feira, Dia Mundial da Água, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) vai premiar empresas paulistas que tenham projetos para redução do consumo e do desperdício de água e que gerem benefícios ambientais. Os premiados serão anunciados após o seminário Ganhos Econômicos e Ambientais com Reuso de Água, que ocorre na sede da entidade a partir das 14h. Esta é a sexta edição do Prêmio Fiesp de Conservação e Reuso da Água
O diretor do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp, Nélson Pereira dos Reis, explica que a indústria gasta mais água porque tem que fazer investimentos em captação, na construção de tanques e no tratamento da água. “Há processos
Reis lembra ainda que a água, para a indústria, é um “insumo quase universal”. Além da composição de produtos como bebidas, alimentos e cosméticos, a água é usada na lavagem de tecidos, limpeza e purificação de minérios extraídos e ainda na refrigeração dos processos produtivos. Ele estima que mais de 70% das indústrias têm experiências de reaproveitamento de água.
A Agência Nacional de Águas (ANA) não confirma o projeção. “O Brasil é carente de estatísticas confiáveis sobre o reuso de água na indústria”, disse o especialista em recursos hídricos da ANA, Claudio Itaborahy.
O técnico, no entanto, tem conhecimento de algumas experiências promissoras. Segundo ele, a indústria sucroalcooleira diminuiu a necessidade de captação de água. Em 1997, por exemplo, eram captados aproximadamente 5 metros cúbicos por segundo de água para o processamento de cada tonelada de cana, número que baixou para 2 metros cúbicos por segundo em 2004 e a meta é chegar a 1 metro cúbico por segundo. “O bom resultado foi obtido porque o reuso da água foi significativamente ampliado e os efluentes [resíduos líquidos] porventura não utilizados vão para a fertirrigação [adubação por irrigação] dos campos com cana”, relatou.
De acordo com Itaborahy, outros bons exemplos são a racionalização do uso da água pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que reduziu em 40% a captação no Rio Paraíba do Sul, no estado do Rio de Janeiro; a Fábrica da Volkswagen, em Taubaté (SP), que economiza cerca de R$ 250 mil por mês ao reutilizar 70% dos 100 mil metros cúbicos de água utilizados a cada 30 dias; e a fabrica de cerveja da AmBev, no Distrito Federal, que gasta, em média, 1 litro a menos de água que as outras fábricas da própria companhia para a mesma quantidade de cerveja.