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Estado de Minas

Dívidas corroem a renda de 71,3% das famílias de BH


postado em 23/03/2011 06:44

A renda dos brasileiros e dos mineiros está cada vez mais comprometida com o pagamento de despesas financeiras. Cheque especial, cartão de crédito, empréstimos, cartões de lojas e carnês abocanharam parte dos ganhos de 64,8% das famílias em março. No mesmo mês do ano passado, este percentual era de 63%, informa a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Em Belo Horizonte, a situação não é diferente. Pesquisa da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) aponta que nos dois primeiros meses deste ano 71,3% das famílias têm até 30% da renda futura comprometida com dívidas. No primeiro bimestre de 2010, eram 56,4%. A elevação do endividamento em 14,9 pontos percentuais entre os dois períodos mostra que a cultura das dívidas já faz parte do dia a dia da população da capital mineira.

A alta é facilmente explicada pelo crescimento econômico do país – que elevou a renda da população –, otimismo dos brasileiros com a sua situação no trabalho, e expansão da classe C. Com emprego e crédito farto, a nova classe média arregaçou as mangas e foi às compras. “O otimismo em relação ao futuro alimenta o comprometimento da renda com questões financeiras”, diz Silvânia de Araújo, economista da Fecomércio.

Processo cruel

A cabeleireira Débora Lemos é vítima desse processo. Mensalmente, gasta pelo menos 35% dos seus rendimentos com o pagamento do cartão de crédito e cheque especial. “A gente perde o controle”, reconhece. O pedreiro Valdeir José dos Santos vive um problema ainda maior. Nada menos do que 66% do seu salário mensal está comprometido com dívidas. “Fiz um empréstimo e comprei um carro parcelado em 36 vezes. O crédito muito fácil faz a gente se descontrolar um pouco”.

Segundo a Pesquisa de Endividamento da Fecomércio, 46,5% dos consumidores não planejam os gastos, o que leva ao descontrole financeiro. O segundo maior motivo causador de dívidas é a redução da renda familiar, com 15,4%. “Isso deixa o descontrole no primeiro lugar disparado como causa do endividamento”, diz a economista da Fecomércio. De acordo com Silvânia, o cartão de crédito, com 36,3% da preferência dos consumidores, é o líder das prioridades dos pagamentos. Da mesma forma, para liquidar os compromissos em atrasos, a ação mais comentada foi economizar no uso do crédito, com 49,5% das respostas.

Classe C turbinada

Cerca de 19 milhões de brasileiros migraram para a classe C em 2010, que chegou a 101,65 milhões de pessoas e já representa 53% da população total do país (191,79 milhões). Os dados, da pesquisa Observador 2011, encomendada pela Cetelem BGN à Ipsos Public, mostram que a nova classe média é a maior do país, mais ampla que as classes AB e DE juntas. Segundo o levantamento, 25% da população estava nas classes DE (47,94 milhões) em 2010 e outros 21% nas classes AB (42,19 milhões), que recebeu no ano passado um acréscimo de 12 milhões de brasileiros. Em 2009, a classe C reunia 92,85 milhões de brasileiros. Já as classes DE tinham 66,88 milhões e as AB, 30,21 milhões.


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