As montadoras japonesas Toyota e a Nissan anunciaram uma queda da produção doméstica em fevereiro, mas o declínio foi menor do que o registrado em janeiro. As ações da Toyota fecharam em queda de 1,87%, enquanto as Nissan cederam 1,49% nesta sexta-feira, na Bolsa de Tóquio.
No entanto, as duas maiores montadoras japonesas, bem como a Honda e outras empresas menores do setor, deverão reportar declínios mais acentuados da produção em março, após o Japão ser atingido por um devastador terremoto no dia 11 deste mês. A Toyota afirmou que a sua produção doméstica recuou 8,5% em fevereiro, em comparação com o mesmo período do ano passado, 283.556 veículos, após declinar 13% em janeiro.
A companhia retomou a produção de algumas peças na semana passada e disse na terça-feira que reiniciará a operação de algumas linhas de fabricação dos modelos híbridos Prius, Lexus HS250h e Lexus CT200h. Mas há pouco tempo restante neste mês para recuperar a produção perdida desde o desastre.
A Nissan, segunda maior montadora do Japão em volume de vendas, afirmou que sua produção recuou 3,8% em fevereiro, em bases anuais, para 93.432 veículos, depois de cair 5,9% em janeiro. A Nissan retomou algumas linhas de produção de peças e de montagem de veículos nesta semana.
A Honda, a terceira maior montadora japonesa, reportou uma queda de 15,6% da sua produção em fevereiro, em comparação com o mesmo mês do ano passado, para 70.346 veículos. A companhia suspendeu a produção de todas as suas fábricas após o terremoto. É improvável que a produção da Honda seja retomada nas suas duas fábricas no país até pelo menos o dia 3 de abril, disse a montadora.
A escassez de peças também levou montadoras japonesas menores, como a Suzuki Motor e a Mazda Motor, a suspenderem as operações no país. Ambas as companhias estão se preparando para retomar as atividades de produção. A Suzuki afirmou que retomará parte das operações das suas linhas de montagem doméstica e de motores na segunda-feira e terça-feira, antes de decidir na quarta-feira se a produção total poderá ser retomada.
A Mitsubishi Motors declarou que reiniciará as operações de duas fábricas no sábado, após planejar inicialmente retomar as atividades de uma instalação. Uma terceira fábrica voltará a operar na segunda-feira, levando a produção para plena capacidade de novo.
O impacto do terremoto sobre a produção poderá prolongar-se nos próximos meses, visto que o vazamento de radiação e quedas de energia ocorridas desde o terremoto paralisaram a maior parte das instalações de produção de automóveis do país. As perdas totais de produção para todas as montadoras japonesas poderão atingir 450 mil veículos até o final do março, prevê Michael Robinet, a diretor da empresa de pesquisa IHS Automotive.