O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse nesta terça-feira que a redução do ritmo de crescimento dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em fevereiro ante janeiro se deve a um fator sazonal. Em janeiro, foram desembolsados R$ 2 948 bilhões. O valor caiu para R$ 519,4 milhões em fevereiro. "Os investimentos têm muita sazonalidade. Não têm a mesma constância que acontece na conta de custeio", justificou o secretário.
Augustin negou que o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento da União, anunciado pelo governo em fevereiro, tenha resultado na redução dos desembolsos no mês passado. Segundo ele, o ritmo de pagamento depende da velocidade das obras, que pode ser afetada por vários fatores como, por exemplo, as chuvas. "Nosso objetivo é privilegiar os investimentos", afirmou. "Os recursos para investimentos podem ser liberados imediatamente", completou. Mesmo os restos a pagar relacionados a investimentos foram prorrogados indefinidamente, lembrou Augustin. "Há sempre análise dos investimentos que são importantes para o Brasil."
O montante de restos a pagar em fevereiro de 2011, para custeio e investimentos (exceto PAC), foi de R$ 6,5 bilhões, segundo os dados do Tesouro Nacional. O valor é maior que o registrado em janeiro, quando foram pagos R$ 4,1 bilhões. Segundo o Tesouro, o pagamento no mês passado foi concentrado principalmente nos ministérios da Educação, da Saúde e da Defesa. Outros R$ 600 milhões foram cancelados em fevereiro, ante um cancelamento de R$ 300 milhões em janeiro.
Os números do Tesouro mostram que os restos a pagar inscritos para 2011 caíram para R$ 38,4 bilhões devido aos pagamentos e cancelamentos feitos no primeiro bimestre. Em janeiro, os restos a pagar inscritos eram de R$ 41,1 bilhões.