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Estado de Minas

É preciso diminuir tensão em obras do PAC, afirma ministro


postado em 29/03/2011 18:12

O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, avaliou hoje que a revolta de operários da usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, ocorreu no momento em que o consórcio construtor tentava antecipar a entrega da obra. Em entrevista no Planalto, Carvalho disse que é preciso reduzir o grau de "tensão" nos empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "De fato, em Jirau, a decisão da empresa de antecipar a entrega da obra provocou uma maior concentração de trabalhadores", disse. "Eu fiz a ponderação de que se era o caso de rever o contingente de trabalhadores para diminuir a tensão."

A avaliação de que a antecipação do cronograma da obra de Jirau pode ter sido uma das causas da revolta de operários foi levantada pelo procurador regional do Trabalho em Rondônia, Francisco Cruz, em entrevista ao Grupo Estado.

Na entrevista desta terça, Carvalho informou que o governo fará um trabalho preventivo para evitar violações a direitos trabalhistas e danos a moradores nas obras da usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Ao relatar o encontro que teve com empresários e sindicalistas para discutir a revolta no canteiro da usina de Jirau, na semana passada, ele informou ainda que o governo pretende montar comissões tripartites em todas as grandes obras do PAC. "Vamos tentar nos antecipar na questão de Belo Monte, para que o Estado dê condições de segurança e saúde em Altamira", afirmou.

Carvalho disse que o governo não compactuará com trabalho indecente e desumano nas obras de infraestrutura. Ele observou que, na primeira fase, o PAC iniciou 14 mil obras. Agora, a previsão é que esse número seja aumentado. O ministro defendeu um acordo entre governo, sindicalistas e construtoras para evitar violações a direitos de trabalhadores da construção civil no mesmo modelo adotado com os setores da cana-de-açúcar, em 2009, e da laranja, em 1995. Ele disse que não pode continuar, nas grandes obras, uma relação de "perde-perde", em que todos têm prejuízos.

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