É notório o ciclo virtuoso proporcionado pelo crescimento da construção civil, que impulsiona muitos outros setores. A indústria moveleira é uma das mais beneficiadas. Afinal, todo imóvel precisa de mobiliário. Segundo estimativas da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), gastam-se, aproximadamente, 30% do valor pago pelo imóvel com móveis e decoração.
E com as obras para a Copa do Mundo de 2014, o cenário para o futuro é promissor para o setor. Até o início da competição serão inaugurados pelo menos 13 hotéis de padrão médio luxo. Além de novos restaurantes, bares e empresas para prestação de serviço, que vão gerar vendas para o segmento.
Ainda de acordo com pesquisa da CMI/Secovi-MG, em 2010 foram realizadas 2.975 transações envolvendo imóveis comerciais. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário e de Artefatos de Madeira no Estado de Minas Gerais (Sindimov-MG), Carlos Alberto Homem, “o crescimento da indústria da construção civil deverá elevar ainda mais a demanda por móveis residenciais e comerciais. A previsão é de um aumento de pelo menos 10% este ano”, calcula.
Para ele, “a expansão do mercado imobiliário, programas como o Minha casa, minha vida e a alta do consumo das classes de renda mais baixas têm impulsionado o crescimento da indústria moveleira. Também podemos ver um crescimento no setor de alta decoração e estamos otimistas.
Segundo a decoradora Fernanda Berni, consultora do Shopping Minascasa, a demanda por projetos na área corporativa já é muito grande e tende a crescer ainda mais. “O desafio para o setor, agora, é aumentar a oferta de peças, de variedade, e das condições de pagamento. E, ainda, na adequação aos espaços do mobiliário ofertado. Atualmente, da mesma forma que há imóveis enormes, que exigem um mobiliário maior, há aqueles menores, que pedem móveis reduzidos e aproveitamento inteligente do espaço”, afirma.
Diferenciados
Na avaliação do vice-presidente da CMI/Secovi-MG, Evandro Negrão de Lima Júnior, o setor imobiliário vai crescer e puxar para cima a indústria do mobiliário.
“É um efeito retardado, pois precisamos primeiro construir. Depois vem a etapa de decoração”, pondera.
Para ele, a maior versatilidade de muitos empreendimentos, com diferentes opções de lazer, também ampliou a exigência de mobiliário. “É preciso sair do básico para decorar o espaço gourmet, a área de piscina, a garage band de um empreendimento”, enfatiza.
Ele lembra que recorrer a um marceneiro, em vez de comprar de grifes, pode ser uma opção de economia para modelos de móveis mais diferenciados. “Se é um móvel padrão, com certeza, é melhor comprar logo numa loja. Mas, se é algo mais luxuoso, personalizado, a situação pode se inverter. Vale comparar”, sugere.