O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, disse hoje que adotar a ideia do governo federal de taxar a exportação de minério de ferro e desonerar o aço seria um erro. "A minha opinião é de que nós temos sempre que tomar muito cuidado", afirmou, após participar de almoço na capital paulista com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Não deu certo na Austrália. Acho que temos de ser conservadores."
Steinbruch afirmou que a maior parte das exportações brasileiras é composta por matérias-primas como combustíveis, minério de ferro e grãos. "Acho que nós devemos ter cuidado porque é uma coisa que está dando certo e eu tenho a impressão de que não vale a pena correr riscos desnecessários. Um pouquinho de conservadorismo nesse caso é válido."
Steinbruch, que também é vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), afirmou que levou a Mantega as preocupações do setor com juros, "desnecessariamente altos", impostos, "cuja carga é muito grande", e câmbio. "Nós estamos vivendo um período de perigo de inflação e devemos combatê-la. Todo mundo converge nessa opinião. Não devemos correr o risco de voltar à inflação. Isso está sendo acompanhado e acho que, com o tempo, a ideia desse governo é baixar os juros pelo menos eu sinto", disse. "É claro que a inflação é a prioridade agora, mas sempre na cabeça está a questão da redução dos juros."
Na avaliação dele, com o conjunto das medidas macroprudenciais que o Banco Central tem adotado, a queda dos juros será uma realidade no futuro. "Acho que vai acontecer, acho que o governo está atento. É uma questão de tempo, de um pouquinho mais de paciência", afirmou.